18 ENTREVISTA Portugalglobal nº141 cipais clusters produtivos nacionais, do food packaging para a indústria alimentar aos componentes para a indústria automóvel. potenciará a atração de investimentos TIC e digitais, contribuindo para a diversificação da economia local e regional. A nossa aposta na ZILS é consubstanciada num esforço permanente de melhoria das suas condições para manter e expandir as atuais indústrias instaladas e captar novos investimentos. Isto passa em muito pelo reforço da capacidade das infraestruturas em geral e das de eletricidade em particular. Para compatibilizar os desígnios nacionais, e europeus, de por um lado reindustrializar e por outro descarbonizar, temos que eletrificar a economia. Por isso, investimos nas interligações elétricas e trabalhamos na criação de uma CER – Comunidade de Energias Renováveis, que é desde logo útil para a produção de hidrogénio “verde”, mas também para a atração de grandes data centres, uma vez que, normalmente, mais de 50 por cento do seu OPEX (Operational Expenditure) é eletricidade e os grandes players mundiais – o big tech – exigem que essa eletricidade seja capacidade acrescentada proveniente de fontes renováveis. Nesse sentido, temos acompanhado a evolução do Plano Nacional para o Hidrogénio, em particular os projetos apontados para Sines, procurando antecipar os vários impactos positivos que podem potenciar. Desde logo os contributos para a nossa balança comercial; para a descarbonização das grandes indústrias ‘energívoras’ que temos em Sines, da refinação e da petroquímica; e a atração de outras empresas químicas que se venham a instalar por termos um cluster de hidrogénio “verde”. As nossas duas principais novas apostas de negócio são o Sines Tech – Innovation & Data Center Hub e a ZAL Sines – Zona de Atividades Logísticas. Trabalhamos em parceria com a Câmara Municipal de Sines para que a ZILS seja um novo ponto europeu de amarração de cabos submarinos transoceânicos de telecomunicações e queremos, sobre essa dinâmica, atrair grandes centros de dados. Este não é apenas um projeto de Sines ou do Alentejo, é um projeto nacional e europeu, que, a ter sucesso, Em coordenação com Porto de Sines, estamos a planear e a promover a ZAL – Zona de Atividades Logísticas, que ocupa uma área de 268 hectares, contíguos ao Terminal Multiusos (TMS), o atual Terminal de Contentores (Terminal XXI) e o planeado 2º Terminal de Contentores de Sines (Terminal Vasco da Gama), na intersecção com as ligações rodoferroviárias do Complexo, Portuário Logístico e Industrial de Sines ao hinterland ibérico. As suas perspetivas advêm da esperada reorientação do Terminal Multiusos, agora desafetado do carvão para a Central Termoelétrica de Sines, já encerrada, e à procura de outras cargas de granéis sólidos transitados intercontinentalmente. Também da quadruplicação, a prazo, da capacidade de movimentação de contentores no Porto de Sines dos atuais cerca de 2 milhões para 8 milhões. Em 2021, a Global Parques está a desenvolver um master plan para a ZAL em articulação com a IP – Infraestruturas de Portugal e a promovê-la junto dos principais operadores logísticos globais, mas também a adequá-la para a atração de atividades de transformação, assemblagem e finalização. Estes desenvolvimentos terão um impacto significativo na criação de riqueza e emprego local e nacional. Quais as vantagens competitivas do Porto de Sines para as operações de logística global? Que papel poderá desempenhar no relacionamento com o continente americano, designadamente com os países da América do Sul, mas tendo também em vista o canal do Panamá? O Porto de Sines é o grande porto atlântico de águas profundas da Península Ibérica. Isto manifesta-se nos mais diferentes segmentos correspondentes aos vários terminais, a começar por receber gás e petróleo do hemisfério americano e da África Ocidental e exportar gasolina e jetfuel para os EUA. Sobretudo, Sines tem uma localização geoestratégica no West Med. O inegável sucesso
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