30 ENTREVISTA Portugalglobal nº155 nover fazendo bem aquilo que em geral faze- mos mal: o “follow-up”, o seguimento dos con- tactos e dos projetos, o fortalecimento da rede criada em Hannover, a apresentação de novas propostas e soluções, o desenvolvimento de novas plataformas que combinem os projetos com as propostas de investimento e de financia- mento e assegurem a solidez dos projetos. Tudo nasce a partir de uma ideia na cabeça de uma pessoa: um projeto, um produto, uma solução inovadora, um investimento. Se começarmos a fazer bem o que muitas vezes fazemos mal tudo pode mudar e a persistência, a tenacidade, o acreditarmos em nós e não desistirmos nunca, são o caminho para o sucesso. Na sua opinião, deveremos continuar a apostar neste tipo de investimento para melhor promover a internacionalização da economia portuguesa e a captação de in- vestimento estrangeiro? Portugal tem feito um caminho muito positivo para a internacionalização da sua economia e para a captação de investimento externo. O último estudo do “European Attracttive- ness Survey” mostra que em 2021 Portugal subiu no índice europeu sobre a capacidade de atração de IDE, passou para a 8ª posição e ultrapassou a Irlanda e a Polónia. O AICEP tem feito um trabalho notável e há que con- tinuar a reforçar esse trabalho. A captação de IDE é um processo que nunca para e nunca está completo, há que continuar, lutar e ter em conta a grande competição que existe no mundo e na Europa para a captação de IDE. Operações como a de Hannover devem con- tinuar, a promoção de Portugal nos grandes eventos internacionais é crucial porque esses eventos são montras importantes onde po- demos potenciar a capacidade tecnológica e inovadora da economia portuguesa e abrir novas vias para exportar produtos, processos, serviços, soluções e software. Já depois de Hannover, o Ministério da Eco- nomia e do Mar aproveitou a realização da Conferência dos Oceanos em Lisboa para pro- mover reuniões com a plataforma de investi- dores internacionais na Economia do mar e na sustentabilidade para fomentar a interação e os contactos com as empresas portuguesas, as start-ups e o nosso ecossistema empresa- rial e de inovação. O mesmo aconteceu com a Conferência sobre o Espaço, a Glex Summit, que teve lugar logo a seguir em Lisboa e nos Açores, organizada pela Estrutura de Come- moração dos 500 anos da viagem de circum- -navegação de Fernão de Magalhães, o Explo- res Club de Nova Iorque e a Expanding World. O Ministério da Economia e do Mar promoveu reuniões de contacto entre empresas e institui- ções portuguesas e os investidores e operado- res internacionais que trabalham na economia do espaço e do oceano para desenvolver a in- teração entre elas e atrair novos players e no- vos investimentos. Os grandes eventos internacionais são muito importantes para dar a conhecer as Universida- des e os Centros de Investigação, bem como as capacidades das empresas portuguesas. Portu- gal tem um enorme soft power no mundo e uma capacidade de atração e mobilização que devem ser utilizados ao serviço de desenvolvi- mento económico e científico do país. Com as transições energética e digital na ordem do dia, a par da sustentabilidade – temas em foco nesta edição da Hannover Messe –, pode falar-nos sobre as linhas for- tes do governo neste domínio? O governo português não ignora as dificulda- des que enfrentamos com múltiplas crises que ocorrem em simultâneo: a crise geopolítica, a guerra na Europa, a crise energética e alimen- tar, a crise de segurança, a crise pandémica. Mas as crises criam também oportunidades. A transição energética vai ser acelerada em consequência destas crises e Portugal está
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