bem colocado para responder porque tem um potencial enorme no âmbito das energias re- nováveis e estas vão ser uma parte essencial da solução. O desenvolvimento do cluster das energias renováveis, incluindo a eólica offshore e a energia fotovoltaica, pode transformar Por- tugal num dos polos de exportação de ener- gias renováveis para a Europa. Por outro lado, o gás natural, um combustível de transição, vai continuar a ser utilizado, como já reconheceu a Comissão Europeia na sua revisão da taxo- nomia e dos investimentos, e o Porto de Sines pode ser um dos grandes hubs europeus de receção de gás natural liquefeito proveniente da Bacia Atlântica – EUA, Trinidade e Tobago, Nigéria – e depois fazer o transhipment para os portos congestionados do Norte da Europa, da Alemanha à Polónia e aos Países Bálticos. A bioeconomia, e em particular a economia do mar com base nas biotecnologias mari- nhas, vai ter um desenvolvimento importante porque, para termos um modelo económico sustentável, temos de substituir os materiais poluentes que usamos por outros feitos a par- tir de produtos biológicos. Os biotas que exis- tem no mar – bactérias, cianobactérias, algas, macroalgas, esponjas, fungos – são muito im- portantes para se criarem fileiras industrias que produzam biopolímeros, bioplásticos, bioferti- lizantes, biocombustíveis e para se desenvolver um novo setor alimentar baseado nas algas. A bioeconomia vai estar no centro de uma mu- dança civilizacional e vai ajudar a formatar um modelo de desenvolvimento económico mais sustentável e capaz de minimizar os riscos da mudança climática. Finalmente, a digitalização vai proporcionar um aumento de produtividade nas empresas e na Administração pública. Segundo um estu- do da McKinsey, a digitalização tem potencial para gerar um impacto na economia três vezes mais rápido que a Revolução Industrial e a uma escala 300 vezes maior. A digitalização, se for bem implementada, pode trazer múltiplos efei- tos transformadores à economia portuguesa, com ganhos de eficiência e escala, a otimiza- ção das cadeias de produção, a reorganização competitiva das cadeias de valor, a reconfigu- ração dos modelos de negócio e as mudanças organizativas e culturais adequadas. Como responsável pela política para o Mar e atendendo a que temos uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas da UE, consi- dera estarem reunidas as condições para, em conjunto com as políticas energética e ambiental, potenciar o cluster do mar e as atividades com este relacionadas? Nomea- damente no que respeita ao aumento do investimento e das exportações? Existem condições para se poder potenciar o cluster do mar. O Ministério da Economia e do Mar criou uma task force com os principais players da economia do mar, as empresas, as Fundações, os Centros de Investigação, as Universidades, a Marinha e as Forças Arma- das. Os objetivos são multifacetados: criar um hub Internacional de Bioeconomia capaz de desenvolver as biotecnologias marinhas e as fileiras industriais associadas; promover o em- preendedorismo na economia do mar e a di-
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