18 MERCADOS Portugalglobal nº145 do com a mesma fonte, a contribuição deste canal de vendas para a totalida- de das vendas a retalho realizadas na China aumentou de 20 por cento em 2016, para 44 por cento em 2020. Este valor contrasta com as contribuições de 27,5 e 14,5 por cento observadas nos mercados do Reino Unido e Esta- dos Unidos da América, respetivamen- te ( World Economic Forum – E-Com- merce Growth is Fastest in China ). A internacionalização das empresas portuguesas, vista como motor fun- damental para o desenvolvimento do tecido económico e comercial por- tuguês, enfrentou desafios ímpares em 2020 provocados pela pandemia mundial de SARS CoV-2, que vieram não só transformar temporariamente o panorama comercial internacional, como induzir mudanças estruturais nos procedimentos negociais com os parceiros internacionais e nas suas interações com os consumidores. Os meios digitais, que até aqui se assu- miam como relevantes para o desen- volvimento de estratégias de interna- cionalização adaptadas à realidade moderna, desempenharam durante o período de adaptação e pós-pan- demia um papel determinante para a sobrevivência no panorama interna- cional de muitas empresas nacionais. Este contexto, que requereu uma atenção redobrada no segmento B2C, tornou-se mais familiar para as em- presas com atividades enquadradas no segmento B2B, que inevitavel- mente adotaram novas ferramentas digitais para o desenvolvimento das suas atividades, como a aderência a plataformas digitais de matchmaking empresarial e a participação em fei- ras e exposições de cariz digital. Não obstante, foi nos bens de consumo que este novo ímpeto se fez sentir de forma mais acentuada, especialmente nos mercados mais robustos que ali- mentaram a recuperação económica mundial que se fez sentir muito gra- dualmente a partir do segundo se- mestre do ano transato. Neste cenário, o mercado chinês tes- temunhou a robustez e resiliência que o caracterizam: a segunda maior economia mundial encerrou o ano de 2020 com um crescimento de 2,3 por cento do seu PIB, recuperando nota- velmente da quebra de 6,8 por cento registada durante o primeiro trimestre daquele ano pelo Bureau Nacional de Estatísticas da China. Esta tendência manteve-se durante os primeiros me- ses de 2021. O setor terciário do país recupera e acompanha a recuperação mais rapidamente que o setor indus- trial e que as exportações chinesas, le- vando o Fundo Monetário Internacio- nal (FMI) a estimar um crescimento de 8,1 por cento do PIB chinês durante o corrente ano, acima dos 5,5 por cento estimados para o crescimento da eco- nomia mundial. Também durante o primeiro trimestre de 2021 os dados do Ministério do Comércio da China (MOFCOM) indi- caram um crescimento de 29,9 por cento do comércio eletrónico a retalho do país, com as vendas realizadas por este canal a ascenderem aos 434,5 mil milhões de dólares. Portugal tem igualmente beneficiado desta recuperação sentida no maior mercado asiático, com a exportações de bens nacionais para o mercado chinês a aumentarem 64 por cento durante os primeiros cinco meses de 2021, por comparação com o pe- ríodo homólogo de 2020, conforme dados oficiais divulgados pelo Institu- to Nacional de Estatística (INE). Este momento económico ganha ainda maior relevância uma vez que as ex- portações nacionais para este merca- do, observadas entre janeiro e maio do ano corrente, aumentaram 18,3 por cento face ao mesmo período de 2019, ano que antecedeu a pande- mia de SARCoV-2. A China e o e-commerce são por estas razões dois conceitos cada vez mais importantes para o tecido empresarial português, indissociáveis entre si, que requerem da parte das empresas por- tuguesas e de entidades institucionais, como a AICEP, uma dedicação priori- tária, que não tem sido descurada. Em 2020, a AICEP firmou um acordo de cooperação com a segunda maior
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