22 ENTREVISTA Portugalglobal nº138 O Reino Unido precisa de uma relação forte com a UE e vice-versa. Será sempre um país que pertence à Europa, e que fez parte da UE desde 1973, pelo que existirá sempre uma relação de cooperação para melhorar continuamente. O acordo conseguido nos últimos dias de 2020 mostra que uma boa relação futura é pretendida por ambas as partes. E com Portugal, em particular, tendo em conta que o Reino Unido é o nosso 4º maior parceiro comercial e um dos principais investidores no nosso país? Como as autoridades britânicas vivamente reconhecem, Portugal foi um dos países que mais ajudaram para um desenlace positivo. Fizemos, assim, jus à velha aliança, mas sempre dentro do quadro da nossa pertença à UE. E apoiámos a equipa negocial europeia, dirigida por Michel Barnier, com a consciência de que se tratava de conseguir um acordo em áreas tão fundamentais como o comércio livre, a proximidade regulamentar, os serviços financeiros, as pescas ou a segurança na ilha da Irlanda. O Reino Unido continuará sendo, pela geografia e a política, um país europeu e um aliado e parceiro íntimo da UE. Pela nossa parte, trabalharemos ainda mais na promoção do nosso país no mercado britânico, quer em termos de exportações de bens, quer de investimento, quer de turismo. Como analisa a atual conjuntura económica em consequência da pandemia COVID-19, em geral, e, em particular, sobre o seu impacto na atividade do setor empresarial? O momento que estamos a passar deriva de uma gravíssima crise de saúde pública, cujas consequências se estão a refletir a nível mundial. De forma a tentarmos conter a evolução da propagação desta pandemia, foram tomadas medidas que acabaram por afetar setores muito importantes, tais como a restauração, o turismo, a aviação e as atividades culturais. Apesar de termos retomado as atividades de forma progressiva, o retorno não será suficiente para manter muitos postos de trabalho, originando a perda de alguns. No entanto, existem setores que tiveram um certo aumento da sua atividade, nomeadamente o setor de comércio eletrónico e a produção agroalimentar. Portugal precisa, mais uma vez, de acreditar nas suas mais valias, e tem razões para isso: temos talento, somos inovadores, somos resilientes. Vamos apostar mais no digital, no verde e numa recuperação justa, através de programas de apoio às empresas e aos diversos setores. E vamos ter sempre presente que um forte modelo social é um verdadeiro motor de crescimento. Quais as medidas contempladas no Plano de Recuperação e Resiliência que são des-
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