março 2019 ENTREVISTA 45 Francisco Ribeiro Telles, embaixador, é o novo secretário executivo da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, países que, no seu conjunto, ocupam uma área de 10.742.000 quilómetros quadrados de terras, ou seja, 7,2 por cento da terra do planeta, espalhadas por quatro Continentes: Europa, América, África, Ásia. Nomeado para o biénio 2019-2020, o diplomata português aponta a cooperação entre os países membros da CPLP e a afirmação internacional da língua portuguesa como alguns dos desafios que se lhe colocam neste mandato. Tomou posse, no passado dia 15 de dezembro, como secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para o biénio 2019-2020. O que representa para si esta nomeação? Em primeiro lugar, estou grato ao governo do meu país por ter-me considerado à altura do desafio, bem como aos Chefes de Estado e de Governo de todos os Estados-membros da CPLP por terem depositado em mim a sua confiança para exercer o cargo. Desempenhar as funções de secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa constitui uma honra e um privilégio e, do ponto de vista pessoal, representa o culminar de uma carreira durante a qual tive a oportunidade e a felicidade de ter contacto com todos os países integrantes da nossa organização. Identifico também na minha gestão o encerramento simbólico de um ciclo na vida da CPLP, já que, com o exercício do cargo por um nacional português, todos os Estados-membros fundadores da Comunidade terão tido um seu cidadão a ocupar a posição. Quais os principais desafios que se lhe colocam nesta nova missão? A CPLP, como qualquer organismo internacional, enfrenta o desafio perma- nente de renovar e fortalecer o compromisso político que lhe deu origem. Para tanto, precisa apresentar resultados concretos que reflitam, ao mesmo tempo, as aspirações comuns e os interesses de cada Estado-membro. “Creio que se impõe a obtenção de resultados tangíveis no que diz respeito à questão da mobilidade das pessoas no espaço da CPLP, à promoção da língua portuguesa e à cooperação na área dos oceanos, que constituem as prioridades da atual presidência cabo-verdiana da Comunidade.” Neste momento, creio que se impõe a obtenção de resultados tangíveis no que diz respeito à questão da mobilidade das pessoas no espaço da CPLP, à promoção da língua portuguesa e à cooperação na área dos oceanos, que constituem as prioridades da atual presidência cabo-verdiana da Comunidade. Devo ressaltar, ainda, que o universo da CPLP engloba hoje também um número significativo de Observadores Associados (18 países e uma organização internacional) e de Observadores Consultivos (grupo formado por cerca de 80 organizações da sociedade civil, fundações, universidades…). Estabelecer mecanismos eficientes de diálogo e envolvimento destes atores nas atividades da CPLP consiste também num desafio a ser enfrentado com uma certa urgência. Sucintamente, quais são as principais funções do Secretariado Executivo da CPLP? O Secretariado Executivo tem como principal competência concretizar as decisões dos órgãos políticos decisórios da CPLP, que são a Conferência de Chefes de Estado e de Governo, o Conselho de Ministros – formado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e das Relações Exteriores dos Estados-membros – e do Comité de Concertação Permanente – formado pelos Representantes Permanentes dos Estados-membros credenciados junto da CPLP, em Lisboa. Para desempenhar essa tarefa, o Secretariado Executivo deve planificar e executar os programas desenvolvidos no âmbito da CPLP, organizar e parti-
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