32 MARCA PORTUGAL Portugalglobal nº158 CONTRIBUTOS PARA UMA POLÍTICA PÚBLICA DE MARCA PORTUGAL O tema das marcas dos países, regiões, cidades e, até, de ruas, está na ordem do dia. Mas a questão remonta a 1848 e a medidas de atratividade para a corrida ao ouro na Califórnia, que resultaram no próspero desenvolvimento daquele estado. >P OR DENISE HENRIQUES QUINTELA , DOUTORADA EM POLÍTICAS PÚBLICAS/ MARCA PORTUGAL E INVESTIGADORA NO ISCTE-IUL E NO ICNOVA lica (porque representa o país) e instrumental (pois materializa-se em medidas concretas) que define a identidade e as vantagens competiti- vas do país, promovendo uma narrativa e uma imagem consensualizadas (entre os agentes públicos e privados), que distinguem o país dos concorrentes no mercado global, visando, através dessa diferenciação, captar mais-valias geradoras de progresso socioeconómico – como o aumento de exportações, a captação de investimento estrangeiro (capitais, indústria e serviços), a atração de imigração qualificada (profissionais e estudantes), o crescimento do turismo qualificado (incluindo residencial), a Para Portugal ter uma Marca não pode perpe- tuar medidas públicas dispersas e ações priva- das avulsas, independentemente do mérito de cada iniciativa. É necessária uma política pú- blica de Marca Portugal que permita articular esforços, alinhando-os com uma visão de ino- vação compartilhada e transformando um con- ceito abstrato de marca(s do) país num cresci- mento socioeconómico efetivo e sustentável. Por isso, importa responder a duas questões: 1) O que é uma política pública de Marca Por- tugal e para que serve; 2) Como, e com quem, se desenha, implementa e atualiza essa política. O que é uma política pública de Marca Por- tugal e para que serve? Num livro que lancei em 2020 propuz a seguin- te definição: política transversal (às diversas áreas de intervenção governamental), simbó-
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