aicep Portugal Global Marrocos – Ficha de Mercado (novembro 2017) ativa, sendo que fracos desempenhos neste setor, que depende muito das condições climáticas, provocam efeitos nefastos, sobretudo ao nível do consumo privado. De forma gradual, os restantes setores de atividade têm vindo a registar um maior desenvolvimento, nomeadamente a indústria, que contribui com cerca de 29,5% para o PIB e absorve 13% da população ativa, destacando-se a indústria transformadora, tradicionalmente os produtos agroalimentares, produtos químicos, o têxtil e o couro. Tem sido preocupação do Governo diversificar a economia, apostando na promoção de indústrias de maior valor acrescentado - automóvel, aeronáutica, elétrica e eletrónica -, em torno de grandes projetos integradores como os da Renault, da PSA e Bombardier. De salientar que foi lançada uma nova estratégia industrial para sete anos (2014-2020), com um ambicioso programa que visa reforçar a contribuição da indústria para o aumento do PIB e para a criação de emprego. De referir ainda que o tecido industrial é caracterizado pelo peso das PME, que representam cerca de 93% do setor, existindo um pequeno grupo de grandes empresas industriais no setor privado. O setor dos serviços continua a ter um papel predominante na economia do país (56,9% do PIB em 2016), com o turismo a assumir particular destaque, mas também os serviços de intermediação financeira e imobiliária, os transportes e comunicações. De salientar o elevado investimento público que foi feito em infraestruturas (estradas, autoestradas, portos, aeroportos, linhas de alta velocidade, zonas industriais, entre outras), de que se destaca a expansão do porto Tanger Med com repercussões no desenvolvimento dos serviços de logística. Muito embora o desempenho da economia marroquina tenha registado grandes flutuações ao longo dos últimos anos, em grande parte devido à evolução do setor agrícola, às oscilações do preço do petróleo (produto que mais pesa nas importações do país)2, à flutuação dos preços dos fosfatos3, ao contexto geopolítico e à conjuntura económica internacional, sobretudo da União Europeia (principal parceiro em termos de comércio, investimento e turismo), é de assinalar que no período 2010-2015, o crescimento médio anual do PIB foi da ordem de 4%. Fruto de um forte aumento do valor acrescentado do setor agrícola e de um ritmo de crescimento moderado das atividades não agrícolas (1,9%), o PIB registou um aumento de 4,5% em 2015. Este crescimento foi significativamente impulsionado pelo setor externo, tendo as exportações de bens e serviços aumentado 6% face a 2014, enquanto as importações registaram uma diminuição de 3,1%. Em 2016 verificou-se um decréscimo do valor acrescentado do setor agrícola e um fraco aumento dos restantes setores de atividade, pelo que o crescimento do PIB não foi além de 1,2%. Para o corrente ano, deverá verificar-se um maior dinamismo da atividade económica, devido sobretudo a um maior contributo do setor agrícola e a um crescimento sustentado dos setores industrial e de serviços, apontando as projeções da Economist Intelligence Unit (EIU) para uma taxa ano anterior), devido à baixa pluviosidade do inverno 2015/2016. 2 Marrocos tem uma taxa de dependência de energia primária superior a 96%. 3 Marrocos é o principal produtor e exportador de fosfatos a nível mundial, detendo cerca de 30% das reservas mundiais. 6
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