junho 2024 DESTAQUE 13 AED Cluster Portugal Pôr toda a gente a trabalhar em conjunto Há setores que exigem uma forte cooperação entre empresas, universidades e centros de investigação e os da aeronáutica, espaço e defesa estão no topo dessa lista. Quando foi fundada, há oito anos, a AED Cluster Portugal quis “colocar o ecossistema a trabalhar em conjunto”. Parte da missão está cumprida, mas não faltam desafios pela frente. Hoje todas as aeronaves da Airbus, Boeing ou Embraer que vão para o ar têm sistemas ou componentes produzidos em Portugal e os responsáveis da AED Cluster Portugal destacam o surgimento de novos modelos de negócio e o aumento do interesse de atores internacionais em Portugal. A AED Cluster Portugal foi criada em 2016 para promover as indústrias da aeronáutica, espaço e defesa. Na altu- ra integrava meia centena empresas, mas hoje possui mais de 140 asso- ciados e o seu presidente, José Ne- ves, destaca que, entre estes, estão a Airbus ou a Embraer. “São multinacio- nais que lideram a inovação neste mer- cado”. Hoje, adianta, todas as aerona- ves da Airbus, Boeing ou Embraer que vão para o ar têm sistemas ou compo- nentes produzidos em Portugal. “Dinamizamos cada vez mais as ex- portações e as nossas empresas. Crescemos em postos de trabalho. O grande objetivo é projetar o cluster para fora” sublinha José Neves. Para isso, a AED Cluster Portugal tem pro- curado agregar não só empresas, mas também universidades, centros de in- vestigação, câmaras municipais, todo o espectro ligado aos setores da aero- náutica, espaço e defesa. O grande desafio é pôr toda a gente a trabalhar em conjunto, adianta José Neves. “Não é habitual, em Portugal, as entidades trabalharem em conjun- to. Foi um passo importante. Quando o CEiiA [Centro de Engenharia e De- senvolvimento] desenvolve uma aero- nave, a Tekever constrói um drone ou a Geosat promove o desenvolvimento de satélites, mobilizam as cadeias de fornecimento nacionais”. Nos setores da aeronáutica, espaço e defesa os sistemas desenvolvidos são geralmente complexos e exigem in- vestimentos avultados. Por isso, o pre- sidente da AED Cluster Portugal consi- dera que a melhor opção é promover o trabalho em conjunto entre diversas entidades. “Já temos bons exemplos de projetos, inclusive de investigação e desenvolvimento, criados por dez ou vinte empresas em conjunto com o sistema científico tecnológico”. Para José Neves, também tem sido importante o apoio da AICEP na pro- moção de Portugal no exterior e na atração de investimento. “Isso é crítico para o setor e para o seu crescimento”, diz, sublinhando também a importân- cia da criação e da retenção de talento que tem contribuído para o sucesso do setor. “Hoje, quando desenvolvemos aeronaves, ou drones, estamos ao nível dos melhores do mundo”. Também Rui Santos, diretor-geral da AED Cluster Portugal, destaca cres- cimento do setor e a sua evolução na cadeia de valor. “Somos cada vez mais solicitados por empresas a pro- curar tecnologias e a olhar para o ca- pital humano português, a engenha- ria e o conhecimento”. “ Dinamizamos cada vez mais as exportações e as nossas empresas. Crescemos em postos de trabalho. O grande objetivo é projetar o cluster para fora ”. José Neves, presidente da AED Cluster Portugal Após a pandemia esse interesse renovou-se, os atores europeus co- meçaram a olhar mais para Portugal. “Houve uma retoma absoluta na área da aeronáutica. Muitos fornecedores pedem novos parceiros portugueses e abriu-se um novo capítulo. Tem ha-
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