28 DESTAQUE Portugalglobal nº175 Seaculture Aquacultura offshore que segue as melhores práticas ambientais Com os stocks selvagens sob ameaça e o consumo de peixe a aumentar – sendo Portugal o maior consumidor per capita da União Europeia e o terceiro maior do mundo – a Jerónimo Martins Agro-Alimentar (JMA) decidiu investir na aquacultura. Para isso, criou a Seaculture, que iniciou a atividade de produção em aquacultura em 2016, centrada em sistemas de produção offshore , e é hoje o maior produtor nacional de pescado em aquacultura em mar aberto. “ Tem sido uma aposta vencedora e um projeto em crescimento contí- nuo ”, diz Pedro Encarnação, diretor de aquacultura da Jerónimo Martins Agro-Alimentar, ao recordar o percur- so da Seaculture. O sucesso da em- presa pode traduzir-se em números: “ Chegámos ao final de 2023 com um volume de vendas de 1.700 toneladas de dourada e robalo, que produzi- mos nas nossas explorações offshore na Madeira, Sines e Marrocos. Temos o objetivo de, nos próximos 5 anos, atingir as 5.000 toneladas de produ- ção de dourada e robalo em Portugal, contribuindo significativamente para o aumento da produção nacional nes- tas espécies, que neste momento se situa perto das 3.000 toneladas ”. A operação logística da Seaculture permite que o peixe que é pescado nas várias unidades possa estar a ser consumido 24 horas depois, conferin- do-lhe uma frescura ímpar. E o facto de toda a produção ser realizada em mar permite que os peixes se desen- volvam no seu habitat natural. “ Utili- zamos as tecnologias mais avançadas para otimizar a eficiência de produção e monitorizar os impactos da nossa operação e temos técnicos especiali- zados nas várias áreas de produção ”, adianta Pedro Encarnação. Os peixes são acompanhados cons- tantemente por médicos veterinários, que avaliam o estado de saúde asse- gurando, por exemplo, o mínimo re- curso possível aos antibióticos. A dieta é feita à base de ingredientes cuida- dosamente selecionados para atender às necessidades nutricionais específi- cas de cada espécie e da fase do ciclo de vida em que se encontram. “ Acreditamos na qualidade e na fres- cura do pescado nacional e foi por isso que decidimos avançar com mais uma unidade no nosso país, no caso no Al- garve, em Vila Real de Santo António, na qual investimos para desenvolver o maior projeto de produção offshore em Portugal. Estimamos estar a pro- duzir 1.500 toneladas de dourada e robalo, por ano, nesta unidade, já em 2025 ”, refere o diretor de aquacultura da Jerónimo Martins Agro-Alimentar. Este projeto contempla não só a in- fraestrutura de mar, mas também todas as infraestruturas de apoio em terra incluindo uma unidade de em- balamento de pescado. Em 2023 foi reforçada a posição da empresa na Andfjord Salmon, em- presa norueguesa cotada na Euronext Growth que produz salmão de uma forma inovadora e sustentável. A Jeró- nimo Martins Agro-Alimentar entrou no capital desta empresa em 2022 e é atualmente o seu maior acionista. A Andfjord Salmon tem a ambição de desenvolver as instalações de aquacul- tura em terra mais sustentáveis e fish- -friendly do mundo, recorrendo a um sistema aberto de circulação da água para recriar em terra o habitat natural e assim produzir salmão com um con- sumo de energia muito baixo e com a menor pegada carbónica possível. Enquanto líderes nacionais na produ- ção de pescado em aquacultura em mar aberto, a Seaculture procura as- segurar o acesso a um produto fres- co, produzido de forma sustentável, que respeite o bem-estar animal e a preservação dos oceanos. E a aqua- cultura tem-se tornado cada vez mais relevante na Jerónimo Martins Agro- -Alimentar, que integra ainda as áreas dos laticínios, agropecuária e frutas e vegetais e foi criada em 2014 com o objetivo de salvaguardar a capacidade de as companhias de retalho alimen- tar do Grupo se abastecerem direta- mente de produtos estratégicos. www.seaculture.pt
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