32 DESTAQUE Portugalglobal nº175 Aquanostra A excelência das ostras portuguesas e a aposta na segurança alimentar A Aquanostra é uma das principais empresas de produção de ostras e distribuição de marisco (bivalves) em Portugal, sendo a única que abrange os vários processos do ciclo produtivo, da maternidade à distribuição. No Sado e no Algarve produzem-se ostras portuguesas e faz-se a investigação que garante a segurança alimentar. Fundada em 2013, com o objetivo de desenvolver protocolos de reprodução para as espécies nativas nacionais de ostra, a Aquanostra conseguiu, após três anos de investigação, desenvol- ver com sucesso um protocolo de re- produção para a Ostra plana ( Ostrea edulis ), uma espécie nativa das costas portuguesas, com um elevado valor de mercado. A partir daí foi possível avançar para a comercialização de ostras, e também para o desenvolvimento de novos métodos e tecnologias de produção. Tinha ficado demonstrado “ o grande potencial de uma indústria ainda em fase embrionária de desenvolvimento tecnológico, quando comparada com outras indústrias de produção animal, e assente em formas de trabalhar tra- dicionalistas ”, sublinha o CEO e fun- dador da empresa, António Correia. “ Na Aquanostra acreditamos que o conhecimento sobre a biologia e fi- siologia destes bivalves, em conjunto com o desenvolvimento de tecnolo- gias, possibilitarão a produção contro- lada e eficiente de novas espécies, de grande potencial e ainda dependentes da apanha natural, o que poderá ter um grande impacto no setor .” Ao contrário da produção de outras fontes de proteína animal, a produção de bivalves, tem um impacto positivo no saldo de carbono e na biodiversi- dade, adianta o fundador da Aqua- nostra. “ E Portugal pode destacar-se nesta indústria, no caminho da inova- ção e sustentabilidade. ” Atualmente a Aquanostra desenvolve projetos que abrangem todo o ciclo de produção, da maternidade à depu- radora, passando pelo berçário onde são controlados os principais fatores de crescimento, o sistema de engorda em longlines e os tanques. Nesta fase, a área de investigação e desenvolvimento da empresa está também a apostar na resolução do principal problema da indústria ostrí- cola a nível mundial: O norovírus, que provoca gastroenterites em consumi- dores de ostras cruas e está fortemen- te ligado a ineficiências dos sistemas de águas residuais das zonas urbanas próximas a zonas de produção. Por isso, a Aquanostra tem vindo a desen- volver uma metodologia de testagem que possibilita a avaliação da ativida- de deste vírus. Nos próximos três anos a Aquanostra prevê a realização de um investimen- to de cerca de 4 milhões de euros em sistemas de produção, instalações e sistemas de apoio à produção, com recurso a apoio comunitário. E pre- vê também investir na investigação e desenvolvimento relacionados com a segurança alimentar e a produção de novas espécies. A China, com especial apetência para a ostra europeia de alta qualidade, é um dos mercados que está no hori- zonte da Aquanostra, que tem como prioridade o desenvolvimento de no- vas tecnologias e processos que ga- rantam níveis de segurança alimentar muito elevados. Como refere António Correia, “ o desenvolvimento destas tecnologias, assim como o desblo- queio de novas espécies de alto po- tencial aquícola, poderiam diferenciar Portugal neste setor, com um poten- cial imenso, de importância central nas prioridades da UE e vital para a sustentabilidade ambiental, social e económica global ”. www.aquanostra.pt
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