outubro 2022 MERCADOS 23 Além das grandes empresas portu- guesas como o Grupo Amorim, No- vadelta, Frulact, Renova, Logoplaste, Visabeira, Simoldes ou Inapa, existem muitas pequenas e médias empre- sas presentes em setores tão amplos como a construção, alimentação, be- bidas, vestuário, entre outros. Um aspeto que merece especial des- taque é o papel desempenhado pela comunidade portuguesa em França no reforço das relações económicas bilaterais. Com mais de 1,2 milhões de portugueses e luso-descendentes e milhares de empresas associadas nos mais diversos setores de actividade, esta importante comunidade é uma ponte comercial fundamental entre os dois países. No que diz respeito à comunidade francesa em Portugal, é de assinalar a sua enorme expansão nos últimos anos (estima-se atualmente em mais de 50 mil pessoas) e é importante sa- lientar que 64,4 por cento dos cida- dãos franceses em Portugal estão em idade ativa e que dedicam a uma vasta panóplia de atividades, o que contra- diz a ideia comum em França de que a maioria dos cidadãos franceses em Portugal são pensionistas. Citam-se os seguintes setores como oportunidades para as empresas por- tuguesas em França: • Transição Ecológica – É um dos grandes pilares do Plano de relança- mento económico de França preven- do-se investimentos massivos nesta área no curto e longo prazo. Dos 100 mil milhões de euros anunciados no âmbito deste plano, 30 mil milhões serão dedicados à transição ecoló- gica nomeadamente nas áreas da renovação energética, renovação ur- bana, descarbonização da indústria, economia circular, transição agrícola, infraestruturas, mobilidade verde, tecnologias verdes e hidrogénio. • Construção e materiais de cons- trução – Devido ao forte dinamismo do mercado local, seja na constru- ção e reabilitação de edifícios, seja ao nível das obras públicas (ex: pro- jetos previstos decorrentes do Cam- peonato Mundial de Rugby 2023. dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e da requalificação de infraestrutu- ras do Canal da Mancha com vis- ta à adaptação às novas regras de comércio com o Reino Unido), e à competitividade e boa relação quali- dade/preço da oferta portuguesa de bens e serviços nesta área. • Agroalimentar e bebidas – É uma fileira com potencial de expansão decorrente da dimensão e da trans- formação do perfil dos consumido- res, do elevado número de turistas franceses que visitam Portugal e que têm um efeito relevante na procu- ra de produtos alimentares portu- gueses e da dimensão da diáspora portuguesa em França que pode constituir uma potencial base de compradores de produtos portu- gueses. O mercado francês continua a ser um mercado de grande inte- resse para os produtos alimentares portugueses, não apenas para os produtos transformados mas igual- mente para produtos frescos (frutas e legumes). • Bens de equipamento – As opor- tunidades decorrem essecialmente da “terciarização” e dos processos de deslocalização industrial observa- dos nos últimos anos na economia francesa (tendência que o governo e o setor privado local pretendem agora alterar); da competitividade/ qualidade internacional da oferta portuguesa nesta área; da atrati- vidade de Portugal para acolher investimentos franceses, a par do relevante espaço para o aprofunda- mento de parcerias numa lógica de fornecimento de proximidade. Esta é uma fileira com potencial tendo ainda em conta a decisão do gover- no francês de apoiar financeiramente o investimento das empresas em ma- quinaria e equipamentos com tecno- logias avançadas com o objetivo de melhorar a competitividade da indús- tria francesa, nomeadamente através
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