setembro 2022 MERCADOS 23 dos durante o processo existem opor- tunidades em praticamente todos os setores – desde que os produtos sejam competitivos na sua relação preço/ qualidade e devidamente posiciona- dos no nicho que se pretende atingir. Mostra-nos o histórico relacional que as oportunidades de negócio para as empresas portuguesas se encon- tram em setores cujos produtos têm elevado valor acrescentado ou que estão “na moda”. Entre fileiras mais conhecidas e setores emergentes, são cinco as áreas nas quais a Apex-Brasil, congénere da AICEP, assinala oportu- nidades para empresas estrangeiras: agronegócio, alimentação e bebidas; energias renováveis; infraestruturas (particularmente rodovias, saneamen- to e logística portuária); tecnologias da Informação; venture capital & pri- vate equity . Aliás, no que respeita ao investimento, de acordo com o rela- tório divulgado pela UNCTAD o Brasil foi, em 2021, a sexta economia do mundo que mais captou investimento estrangeiro. Os dados apontam que o Brasil recebeu 50,3 mil milhões de dólares distribuídos pelos setores do agronegócio, automóvel, fabricação de dispositivos eletrónicos, tecnologia da informação e serviços financeiros. A redescoberta de Portugal pelo investidor brasileiro “Valsa brasileira: Do boom ao caos económi- co”, Laura Carvalho, Todavia Livros, 2019 Nos últimos anos, decorrente do qua- dro de volatilidade económica e finan- ceira interno, os agentes económicos brasileiros buscam oportunidades fora de portas. Neste contexto, têm vindo a manifestar apetência para investir em Portugal, numa dinâmica onde o setor imobiliário desponta (associado, agroalimentar, com destaque para o setor vitivinícola, mormente através da aquisição de ativos. Uma outra tendência verificável des- de 2016 prende-se com a atratividade do evento Web Summit, visitado por milhares de empreendedores brasilei- ros (quarta nacionalidade com mais participantes na edição de 2021) que permite divulgar o ecossistema facili- tador para a incubação e aceleração de start-ups e empresas tecnológicas, possibilitando-lhes o acesso ao mer- cado europeu. Empresas do setor TI e Banca ( fintech ) são disso exemplo, tendo expandido a sua operação para a Europa através da abertura de cen- tros de serviços partilhados/escritórios por vezes, à obtenção de autorização de residência) - mas também o setor produtivo e comércio começam a sen- tir procura. Em termos de stock , no final de dezembro de 2021 o inves- timento direto do Brasil em Portugal registou 3.103,6 milhões de euros, re- presentando 2,0 por cento do total de IDE captado por Portugal. Recentemente, investidores indi- viduais têm apostado na indústria de representação em Portugal ( BTG Pactual, CI&T, Futurum Capital, Stefa- nini Group ou VTEX ). O track record do investimento bra- sileiro em Portugal é, como tal, vasto e com alguns exemplos icónicos do sucesso do relacionamento bilateral. Desde logo, a Embraer , gigante do cluster AED, que iniciou operações no nosso país em 2012; a WEG , uma das maiores fabricantes de equipamentos
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