8 DESTAQUE Portugalglobal nº149 produção de princípios ativos, fabrico de ventiladores, mas também soluções tecnológicas de mapeamento e ras- treamento dos casos de COVID-19. A par do desenvolvimento tecnológi- co, surgiram novos produtos, novas formas de interação com os disposi- tivos móveis, novas ferramentas de telemonitorização, novas formas de trabalho, inteligência artificial e tecno- logias de impressão, novos serviços de assistência remota, uso da tecnologia blockchain , uso da Robótica Avança- da, a impressão 3D de órgãos vitais humanos, a genómica, entre outras. Este processo de evolução tecnológi- ca é já uma forte tendência e nenhu- ma atividade no setor da saúde ficará alheia à incorporação crescente da tecnologia, fazendo desta um recur- so fundamental. A cooperação en- tre os novos atores da economia 4.0 (aceleradores, incubadoras, start-ups, instituições académicas, empresas de referência da área farmacêutica e da biotecnologia, fabricantes de equipa- mentos e dispositivos médicos, inves- tidores…) está a gerar um ecossistema totalmente novo que deverá aportar enormes vantagens para a economia e para os cidadãos. Para além de um desenvolvimento técnico, este setor é também carac- terizado por uma forma de pensar, uma atitude e um compromisso com o pensamento global em rede, para melhorar a saúde local, regional e mundial utilizando tecnologias de in- formação e comunicação. Por esta razão, organizações como a WHO (Organização Mundial de Saúde) e a União Europeia têm, nas suas agendas estratégias, objetivos específicos para a digitalização da saúde. A nível mundial, espera-se que o mer- cado global de saúde digital aumente as receitas para mais de 500 mil mi- lhões de dólares até 2025 e que cres- ça globalmente seis vezes até 2026, atingindo um volume de negócios de 640 mil milhões de dólares (Statista, Digital Health, 2020). O segmento das tecnologias de informação na in- dústria da saúde deverá gerar a maior fatia de receita, prevendo-se que te- nha atingido cerca de 280 mil milhões de dólares em 2021. A saúde móvel (mHealth) regista também uma ten- dência de crescimento à medida que os consumidores exigem maior acessi- bilidade aos profissionais de saúde e a transparência nos cuidados de saúde se torna mais importante. Ainda de referir que o Plano de Re- cuperação e Resiliência, resposta da União Europeia (UE) às dificuldades causadas pela pandemia, em espe- cial no setor da Saúde, prevê um in- vestimento de 300 milhões de euros na transição digital no Sistema de Saúde, a distribuir por quatro pilares de intervenção: • Na rede de dados, com o objetivo de melhorar a qualidade de serviço e a resiliência dos sistemas informáticos do Serviço Nacional de Saúde, para uma maior segurança e auditabilida- de dos dados da saúde; • Na simplificação, uniformização e digitalização dos canais de comuni- cação entre o cidadão e as unidades de saúde; • Na modernização dos processos de trabalho dos profissionais de saúde; • Na uniformização e generalização de dados críticos centrado nos Re- gistos Nacionais. O relatório: objetivos e conclusões Conduzido por via digital, o inquérito da AICEP visou os seguintes objetivos gerais: aprofundar o conhecimento do subsetor eHealth; posicionar o país nos mercados externos no domínio das tecnologias da saúde, alavancando as suas exportações e reconhecimento; atrair o interesse de potenciais investi- dores e de ventures capital ; e fomentar a articulação entre os agentes econó- micos (empresas, sistema científico,
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