48 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Portugalglobal nº145 quem se dirige, com efeitos claros em todas as dimensões do negócio. As relações continuam e vão continuar a ser a base do negócio. Há hoje mais oportunidades para trabalhar em par- ceria e de forma holística, com con- tactos estabelecidos com stakeholders distintos, através de múltiplos setores, geografias e plataformas. A Comuni- cação surge como uma função com importância crescente, assumindo uma posição prioritária no pensamen- to estratégico de várias empresas. Entrámos numa “época de ouro” para se perceber realmente a impor- tância de comunicar e gerir de forma estratégica os stakeholders de uma organização e compreender que só com ações altamente planeadas é que vamos conseguir alcançar as metas a que nos propomos. Às empresas exige-se, hoje, e no fu- turo, que consigam endereçar de for- ma global o processo comunicacional, demonstrando, a cada momento, coerência, cadência e continuidade, tendo uma abordagem estratégica, fazendo um mapeamento e gestão de todos os stakeholders e, através des- tas diferentes áreas de especialização, alcançá-los a todos. A resposta a um mundo pós-pandemia O mundo pós-pandemia vai exigir mais transparência e confiança. Será essencial às empresas aumentar a sua reputação e construir e consolidar a sua relação com todos os agentes da cadeia de valor, desde o fornecedor de matéria-prima de base ao cliente final, passando por todas as outras partes in- teressadas relevantes, como colabora- dores, parceiros, entidades reguladoras ou governo. É determinante dar a co- nhecer a inovação, construir sinergias e cooperar num espaço de diálogo. Sim, é possível uma empresa sobrevi- ver sem comunicar. Mas esta será mais eficiente e rentável se gerir os proces- sos de Comunicação de forma pla- neada e intencional e assegurar uma ligação produtiva com os stakeholders que são essenciais à sua atividade. Vivemos num período de relações re- pensadas, mas a necessidade de esta- belecer relações, e de o fazer através da Comunicação, não se perdeu. Po- demos até argumentar que estas são hoje mais relevantes que nunca. A Comunicação surge agora como uma função com importância crescen- te, assumindo uma nova posição prio- ritária entre o pensamento estratégico de várias empresas. Considerada como a “voz” das marcas, a Comunicação é, num momento em que a relação entre as organizações e os seus stakehold- ers assume ainda mais importância, uma âncora para inspirar confiança e empreender a transição bem-sucedida para um mundo pós-pandemia. araposo@escs.ipl.pt marta.goncalves@say-u.pt 4. Quais os conselhos que po- dem disponibilizar a uma em- presa B2B exportadora que pretende reforçar o seu inves- timento na Comunicação? Às empresas exige-se, hoje, que consigam endereçar de forma global Comunicação interna, Co- municação digital, as questões da reputação – que são as bases estruturantes para nortear todas as outras áreas de intervenção da Comunicação –, a relação com os media, a sustentabilidade, a ges- tão do risco e a Comunicação de crise, a gestão de eventos, e todas as outras ações que possam ser dinamizadas com o objetivo de criar leads . É fundamental procu- rar sempre demonstrar coerência, cadência e continuidade, tendo uma abordagem estratégica, fa- zendo um mapeamento e gestão de todos os stakeholders e, atra- vés destas diferentes áreas de es- pecialização, alcançá-los a todos. Confrontadas com várias dimen- sões da Comunicação e a crescen- te importância de novos canais, o mais importante é aprendermos a ser coerentes e a trabalhar a Co- municação de forma verdadeira- mente integrada. Chegar não só a novos clientes, mas a todos os stakeholders é o grande desafio. Precisamos de trabalhar a marca de uma forma que explique quem somos e porque devem confiar em nós. A proposta de valor tem de ser criativa e disruptiva. Impor- ta reavaliar as relações com todos os stakeholders e os canais onde existem mais resultados. A forma de nos relacionarmos mudou com o cenário recente. A Comunica- ção, bem como a perceção relati- vamente a esta dimensão e à sua aplicação, têm de acompanhar esta transformação.
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