34 MERCADOS Portugalglobal nº145 ALIBABA: A PLATAFORMA NÚMERO UM NA CHINA Mário Quina, delegado da AICEP em Xangai, entrevista Ângela Lin, Business Development do Alibaba Group para o mercado ibérico, sobre o e-commerce na China e como as empresas portuguesas podem apostar nas plataformas de comércio eletrónico. A Alibaba mantém de forma sólida a sua posição como a plataforma de comércio eletrónico número um na China. Num mundo em cons- tante mudança, especialmente no contexto da pandemia COVID-19, de que forma é que os hábitos do consumidor chinês se desenvolve- ram no passado e como é que isso afetou o vosso desempenho? O Grupo Alibaba é uma empresa glo- bal de tecnologia fundada em 1999, com a missão de facilitar a execução de negócios em qualquer lugar. O grupo é constituído por vários mar- ketplaces digitais, que em conjunto formam um ecossistema de serviços, abrangendo comércio eletrónico e re- talho, cloud computing , pagamentos inteligentes, logística, meios de comu- nicação e entretenimento. A Tmall e a Tmall Global, em particular, são duas plataformas de comércio ele- trónico B2C com quase 900 milhões de consumidores ativos na China, que albergam milhares de marcas interna- cionais e pequenas empresas de todos os setores – da moda à alimentação, da cosmética aos cuidados de saúde, vestuário infantil, e muito mais. Os últimos 18 meses têm sido incrivel- mente desafiantes para as empresas de todo o mundo, incluindo Portugal. A este respeito, a atual pandemia veio realçar as empresas mais bem prepa- radas para enfrentar desafios, tendo sido possível verificar, em particular, que as empresas dotadas de uma es- tratégia digital sólida evidenciaram maior resiliência e tiveram mais hipó- teses de sobreviver e prosperar. Perante a atual situação, o e-com- merce tem-se revelado crucial para muitas marcas e empresas, na medida em que tem permitido manterem-se em contacto com os seus consumido- res, sobretudo num contexto no qual muitas se viram obrigadas a encerrar as suas lojas físicas. O mercado chinês tem sido um dos primeiros a reabrir e recuperar, e uma das poucas grandes economias mundiais a registar taxas de crescimento em 2020 (+2,3 por cento, segundo dados do National Bu- reau of Statistics). A China tem vindo a ser capaz de fazer face à atual crise, em parte porque a sua economia já se encontrava altamente digitalizada: o mercado de comércio eletrónico na China é líder global, estando avaliado em cerca de 1,94 biliões de dólares. Aquando do pico dos confinamentos, muitas marcas estrangeiras iniciaram um processo de reavaliação da sua abordagem ao comércio eletrónico, tendo muitas delas virado a sua aten- ção para a China, um mercado que se mostrou extremamente resiliente no período pós-pandémico e que se apresenta como um importante mo- tor de consumo à escala global. De janeiro a novembro de 2020, a China’s State Administration of Fo- reign Exchange registou uma queda de 48 por cento, cerca de 109 mil milhões de dólares, nos gastos dos seus turistas nacionais no estrangeiro. Porém, a procura de bens importados não abrandou durante esse mesmo período, tendo-se verificado apenas uma alteração desta tendência para o segmento online . Por exemplo, a Tmall Global bene- ficiou largamente desta mudança, tendo-se tornado a primeira escolha, tanto para as grandes marcas inter- nacionais, como para as PME, na pro- cura de fontes de receitas. Em 2020, a plataforma acrescentou mais de 2.200 novas marcas e mais de 200 mil novos Stock Keeping Unit (SKU). O seu número anual de consumidores ativos aumentou em 20 por cento e o seu Valor Bruto de Mercadoria (VBM) registou um crescimento anual de 40 por cento. Globalmente, as vendas de produtos das empresas europeias aos consumidores chineses realizadas através das plataformas Tmall e Tmall Global ascenderam aos 36,8 mil mi- lhões de dólares em 2020. Enquanto o mundo vai recuperando dos efeitos da pandemia, acreditamos que a transformação digital do reta- lho e das empresas será cada vez mais crucial na manutenção da sua compe- titividade e sustentabilidade, não sen-
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