setembro 2021 MERCADOS 17 O E-COMMERCE NA CHINA Em 2021, as vendas do comércio eletrónico na China devem atingir os 2.100 mil milhões de dólares, segundo o mais recente estudo de mercado desenvolvido pela GlobalData. De acordo com a eMarketer, este valor corresponderá a um aumento de 21 por cento face a 2020, muito acima do crescimento de 4 por cento estimado para os canais de venda presenciais do país. >POR JOÃO FALARDO , DELEGADO DA AICEP EM PEQUIM, E FILIPE SEQUEIRA , TÉCNICO DA AICEP EM PEQUIM Até 2024, os mesmos analistas apon- tam a meta dos 3.000 mil milhões de dólares em vendas realizadas nos ca- nais de venda eletrónicos da China. Em 2019, ano de pré-pandemia, o valor das vendas eletrónicas a retalho no país ron- daram os 1.640 mil milhões de dólares. Como se não fosse suficiente, os valo- res económicos associados ao comércio eletrónico do país não ficam por aqui. O e-commerce na China, que foi re- centemente estimulado pelo impacto económico da COVID-19, teve como principal ponto de partida a fundação do Grupo Alibaba em 1999 e poste- riormente o lançamento da platafor- ma Taobao em 2003. Inicialmente criada com o intuito de conectar pe- quenos comerciantes com fornece- dores chineses, as potencialidades da plataforma Taobao, desenvolvida pela Alibaba, atraíram desde logo a aten- ção das grandes empresas chinesas, que se associaram a este canal de ven- das Business-to-Business (B2B). Com o crescimento económico da po- pulação chinesa, o foco do comércio eletrónico alastrou-se paralelamente ao segmento Business-to-Consumer (B2C), permitindo o surgimento de novas empresas, como a Jingdong. com, que inaugurou a sua primeira plataforma de comércio eletrónico em 2004, e a redefinição da estratégia do Grupo Alibaba, que lançou a sua pri- meira plataforma dedicada ao consu- midor final em 2008. Empresas como a Alibaba e a Jing- dong.com foram pioneiras na recolha de novas oportunidades de negócio associadas aos canais de venda eletró- nicos chineses, incutindo gradualmen- te no seio da população chinesa, com algum poder de compra, novos hábitos de consumo que hoje ocupam o quoti- diano de todas as faixas etárias do país, transformando igualmente as ativida- des económicas do tecido empresarial a nível doméstico e internacional. Com 989 milhões de utilizadores de internet ativos até ao final de 2020 ( China Internet Network Information Center ), a China é atualmente respon- sável por mais de metade do comércio eletrónico B2C realizado em todo o mundo ( Global Ecommerce 2020 – In- sider Intelligence eMarketer ). De acor-
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