setembro 2021 ENTREVISTA 15 da nossa economia foi bastante bom. A econo- mia portuguesa e, em particular, o setor expor- tador demonstrou uma enorme capacidade de resiliência e de adaptabilidade, reconvertendo as suas produções à exigência do momento. O mercado único tem um peso determinante sendo o destino de 70 por cento das exporta- ções nacionais. Para Espanha, França ou Alema- nha os valores de exportações de bens têm cres- cido acima dos dois dígitos. Para o Reino Unido, país que associamos ao turismo, e apesar do contexto Brexit, a balança comercial manteve- -se positiva aos longo dos últimos meses, au- mentando as exportações comparativamente a 2019. Temos reforçado a quota de mercado e diversificado o tipo de bens que exportamos. Este aumento muito positivo das exportações de bens acompanha a tendência de captação de investimento direto estrangeiro. A articulação entre os agentes privados – em- presas e associações empresariais – e as entida- des públicas (com o apoio da Rede Diplomática e Consular e a AICEP, no que respeita ao MNE), a dinamização da campanha Portugal Open For Business, mostrando lá fora que Portugal mantinha as suas operações em funcionamen- to, entre outras medidas, apoiaram a visibilida- de de Portugal fora de portas. Mas não podemos descansar: é preciso fa- zer do PRR e do Portugal 2030 um tempo de transformação e modernização da estrutura económica e de melhoria substancial quer da produtividade do trabalho, quer da qualidade da gestão empresarial. Portugal vai participar em dois grandes eventos que irão reforçar a notorieda- de e a competitividade do país no cená- rio internacional: a Expo 2020 Dubai, já em outubro, e a participação como País- -parceiro na Hannover Messe em abril de 2022. Que importância atribui a estas participações e que contributo poderão dar para o aumento das exportações e do investimento estrangeiro? Concedo grande importância, são dois mo- mentos essenciais que reforçam a Marca Por- tugal. Por um lado, a Expo Dubai será um dos principais eventos internacionais, onde procu- ramos reforçar a nossa visibilidade numa ver- tente histórico-cultural e artística, mas também económica, tanto naquela região como junto das diversas geografias que ali estarão repre- sentadas. Por outro lado, a Hannover Messe, principal feira na área industrial e tecnológica, será um momento importante para mostrar as competências e o know-how da nossa in- dústria de equipamentos. A Alemanha, país promotor, é um dos principais destinos das exportações nacionais e o principal investidor estrangeiro em Portugal. Está em causa a imagem e a reputação do nos- so país; mas também a exposição sistemática, e com grande impacto, da sua paisagem, dos seus recursos, da sua história, das suas gen- tes, do seu ecossistema empreendedor, do seu conhecimento: saber fazer e fazer bem. As grandes exposições são grandes montras, onde podemos mostrar quem somos, e gran- des plataformas de encontros, que devemos aproveitar para estender as nossas redes e o nosso alcance.
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