16 ENTREVISTA Portugalglobal nº144 do muito importante, sendo o país com mais Delegações da AICEP, mas também temos de ser sensíveis a questões como a organização de cadeias de valor, como a Austrália, que é um mercado interessante, mas em que não há mo- vimento de empresas portuguesas pois estão integradas em cadeias de valor internacionais. E no que respeita à aposta em mercados específicos para captação de investimento? Nesta dimensão iremos também fazer um re- forço forte, aumentando a nossa capacidade de angariação de investimento na Europa com mais dois FDI Scouts, especialistas de capta- ção de investimento. Repito que este é o nos- so mercado interno e temos de contar com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para apoiar as exportações, mas também para indu- zir a captação de investimento. Daí ser neces- sário aumentar a procura pró-ativa de forma diferente da atividade realizada na sede. Iremos também ter mais dois elementos que irão cobrir outras regiões do mundo, numa lógica de organização de campanhas setoriais de captação de investimento nas zonas que não têm cobertura específica, como o Canadá, o Golfo Árabe, o Brasil, a Índia, entre outros. Em termos de grandes campanhas interna- cionais, o que está previsto a Agência rea- lizar neste triénio? Iremos lançar campanhas de notoriedade como o “Invest in Portugal”, mas em maior es- cala, e continuar a fomentar as campanhas de cross-selling , ou seja, de promoção cruzada de fileiras. Já realizámos com êxito, no passado, este tipo de campanha nos mercados externos, de apresentação cruzada da oferta das fileiras setoriais, promovendo a ideia do “Created & Made in Portugal”. Precisamente, temos atual- mente em curso a campanha internacional das fileiras casa e materiais de construção MADE IN PORTUGAL naturally que é dirigida a seis mercados estratégicos para a oferta nacional de lifestyle . Também vamos querer explorar novas ma- crotendências de consumo, como é o caso da sustentabilidade, atualmente na agenda de muitos países clientes dos produtos por- tugueses. Iremos fazê-lo através do “AICEP Sustainable Export Programme”, uma vez que acreditamos que há setores portugueses bem preparados neste domínio, fazendo, por isso, todo o sentido levar a sua oferta em formato de cross-selling . A AICEP está também diretamente envolvida em dois grandes projetos que em muito pode- rão contribuir para aumentar a notoriedade de Portugal no exterior: a Expo 2020 Dubai, que arranca em outubro, e a participação como país-parceiro na Hannover Messe 2022, em abril. A participação na Hannover Messe 2022 é um evento da maior importância para nós dado que é uma oportunidade para Portugal mostrar à indústria alemã, através de inova- ção, talento e competitividade, possui uma oferta de excelência. Hoje em dia já temos os principais players alemães a operar e a investir em Portugal. Mas queremos chegar a toda a indústria alemã para que os empresários ale- mães fiquem a saber que podem encontrar em Portugal parceiros, um destino para investimen- to e comprar produtos feitos com o standard e a exigência do mercado alemão. Relativamente à Expo 2020 Dubai, como está a ser encarado este desafio? A AICEP está envolvida na organização da par- ticipação de Portugal na Expo Dubai desde o início. É um projeto de uma enorme comple- xidade porque envolve uma presença de lar- ga escala. Serão seis meses com um pavilhão aberto mais de 12 horas por dia, que recebe- rá milhares de visitantes e que tem toda uma programação à volta do pavilhão e integrada na própria programação da Expo. Do ponto de vista da coordenação da ação, iremos traba- lhar para que a Expo seja um sucesso nas suas várias dimensões, promovendo o aumento da notoriedade de Portugal nos Emirados Árabes Unidos e naquela região do mundo. A AICEP, em particular, vai apostar muito na dimensão económica nesta exposição mundial, promo- vendo empresas e produtos portugueses, no- meadamente através de uma PT Concept Sto- re, que será um ensaio piloto. Voltando aos mercados de aposta, que ou- tros se perfilam no âmbito da estratégia da AICEP? É importante referir os países da CPLP – Co- munidade de Países de Língua Portuguesa,
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