julho 2021 ENTREVISTA 15 A realização de campanhas internacionais de promoção de Portugal e dos produtos portugueses, o reforço da Rede externa da AICEP, a aposta no digital e o fortalecimento da estratégia de angariação de investimento estrangeiro são as grandes metas do Plano Estratégico da Agência para o triénio 2020-2022. O presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, detalha, nesta entrevista, estes e outros projetos da Agência que permitirão aumentar as exportações nacionais, captar mais investimento e promover a notoriedade de Portugal no mundo. Do conjunto de cerca de duas dezenas de medidas contidas no Plano Estratégico da AICEP (PEA) para o triénio 2020-2022 quais as que destacaria? Gostaria de destacar as principais medidas es- tratégicas do Plano Estratégico da AICEP (PEA) para este triénio, sendo que o PEA contém um largo leque de medidas que são o reforço ou a continuidade de projetos já em desenvolvi- mento e que não irei referir agora. O primeiro tema a destacar será a presença geográfica da Agência, onde iremos dar um novo enfoque à atividade da rede externa. A diversificação de mercados continua a ser uma necessidade, mas consideramos que a nossa atuação deve ser reforçada em países onde temos um posi- cionamento mais forte, como é o caso da Eu- ropa. E porquê? Ao longo desta década temos obtido resultados muito positivos na Europa que demonstram bem a competitividade das empresas portuguesas, e nós acreditamos que dentro do mercado da União Europeia – que é o nosso verdadeiro mercado interno – pode- mos continuar a aumentar quota. Neste senti- do, iremos reforçar a atividade da Agência em alguns mercados europeus, designadamente nos países nórdicos onde temos uma presença na Suécia e na Dinamarca que irá ser alargada à Noruega e à Finlândia, embora ficando sob a coordenação de Estocolmo. Numa segunda dimensão de prioridades, ire- mos apostar em países com Acordos de Co- mércio Livre, como são os casos do Japão e da Coreia no Oriente, e do Canadá e do México na América do Norte. Nos Estados Unidos, país com o qual não tem Acordo de Comércio Livre, pensamos ainda haver oportunidades para as empresas portu- guesas pelo que iremos abrir uma Delegação em Chicago. A presença das empresas por- tuguesas neste mercado é forte e tem espa- ço para crescer pelo que se justifica a aber- tura de uma terceira Delegação nos EUA, onde já estamos presentes em Nova Iorque e São Francisco. Uma terceira prioridade são os Países de Lín- gua Portuguesa onde a presença das empresas portuguesas é uma aposta de longo prazo, que deve contar com um apoio forte e continuado das Delegações da AICEP. Mas esta estratégia implica deixar de es- tar noutros mercados onde a AICEP já teve presença? Ao longo do tempo, a AICEP faz uma avaliação acerca da forma mais eficaz para gerir a sua atividade em cada mercado, qual o impacto que os mercados têm na Economia e o interes- se efetivo das empresas. Temos de perceber que tipo de atuação é a mais eficaz para cada mercado, tendo em con- ta os meios (orçamentais e de recursos huma- nos) que a AICEP dispõe, que serão sempre limitados. Assim, há várias formas de estar nos mercados, além da presença física, que podem ser tão ou mais eficazes. Há os que exigem a presença física da AICEP, com Delegações, os que podem ser acompanhados através de outros mercados limítrofes ou de Portugal, e outros ainda que necessitam de um tipo de acompanhamento diferente. É o caso dos mer- cados árabes em que as missões institucionais são mais eficazes e onde vamos reforçar essas missões, coordenando as ações de forma re- gional, a partir da nossa Delegação nos Emira- dos Árabes Unidos. Outro caso é o dos países nórdicos em que vamos apostar no reforço presencial tendo em conta os interesses das empresas portuguesas e porque percebemos que a nossa presença física pode dar um con- tributo muito importante para as exportações. Temos de ter uma abordagem pedagógica, in- dicando às empresas quais os mercados mais relevantes. Por exemplo, a China é um merca-
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