junho 2021 DESTAQUE 9 funcionando, muitas vezes, como ver- dadeiros embaixadores do país. Muitas multinacionais que integram portu- gueses altamente qualificados nos seus quadros, incluem Portugal no leque de possibilidades de localização e, por ve- zes, os projetos concretizam-se no país, fruto desta influência positiva. Outro critério igualmente relevante prende-se com a existência de um ecossistema vibrante predominado por associações, Fablabs , incubadoras e aceleradoras, espaços de cowork no centro das cidades e instituições orientadas para a promoção do em- preendedorismo. Esta rede de ato- res contribui para um ambiente de negócios colaborativo e dinâmico, através da organização de inúmeros eventos, encontros informais, sessões de formação e partilha de interesses comuns, sobretudo na área tecnológi- ca. O próprio Web Summit, em Lisboa desde 2016, sendo um dos maiores eventos tecnológicos da Europa, atrai a Portugal a comunidade empreende- dora, tecnológica e financeira, sendo palco de inúmeros anúncios de inves- timento, alavancando a notoriedade da cidade e do próprio país. A ligação ímpar de Portugal aos países de língua portuguesa beneficiou tam- bém a chegada de alguns Centros de Competência que, pela afinidade lin- guística, económica e cultural, prestam serviços a partir de Portugal a países como o Brasil, Angola ou Moçambi- que. É exemplo disso a francesa Tech- nip FMC que instalou em Portugal um Centro de Engenharia em 2011 para servir estes países de língua portugue- sa e hoje presta serviços para o Grupo a nível mundial. Uma outra realidade tida em conta na tomada de decisão dos investidores é o conveniente fuso horário português que permite prestar serviços a múltiplas geografias, num período de trabalho diurno. Vários Centros de Competên- cia estabelecidos em Portugal prestam serviços a regiões como a América do Norte, a América Latina, a Rússia ou o Norte de África. Da análise do mer- cado, verifica-se que a grande maioria dos Serviços são prestados a países eu- ropeus (77 por cento), América do Nor- te (17 por cento), América Latina (12 por cento), África e Médio Oriente (16 por cento) e Ásia (7 por cento). Cidades escolhidas A principal cidade de destino dos Centros de Competência estrangeiros tem sido Lisboa. A capital portuguesa atraiu cerca de 40 novas empresas es- trangeiras nos últimos quatro anos na área das Tecnologias de Informação. No setor automóvel, destacam-se os Centros de Competência da Critical TechWorks (BMW em parceria com a Critical Software), da Mercedes-Benz. io, da tb.lx (Grupo Daimler) e da Volks- wagen Digital Solutions, centros que anunciaram recentemente a expansão das suas equipas. Entre os mais recen- tes investimentos a chegar a Lisboa, encontram-se a BJSS, CI&T, Cloudflare, Lockwood, NFON, Schréder Hyperion e a Springer Nature. Mas Lisboa é também palco de inúme- ras empresas tecnológicas com longa presença na cidade e que têm recente- mente anunciado projetos de expansão ou diversificação em novas atividades. São exemplo disso a Capgemini Engi- neering (ex-Altran), a Cisco com o Cus- Estatuto Residentes não Habituais Os residentes não habituais que pretendam residir em Portugal poderão adquirir o direito a um regime fiscal mais favorável, denominado Esta- tuto Residente Não Habitual, aplicável aos rendimentos de atividades de elevado valor acrescentado durante um pe- ríodo de 10 anos consecuti- vos. Este regime fiscal prevê a tributação dos rendimentos a uma taxa de 20 por cento em sede de Imposto sobre Rendi- mento das Pessoas Singulares. Este estatuto, atribuído pela Autoridade Tributária, aplica-se quer a estrangeiros quer a cida- dãos portugueses, desde que não tenham sido tributados como residentes fiscais em Por- tugal nos últimos cinco anos. As atividades de valor acres- centado que são consideradas para efeitos desta medida são as que constam da Lista des- crita na Portaria nº 230/2019, de 23 de julho. Mais informações podem ser consultadas aqui. tomer Experience Center , a Claranet com o Security Operations Center , a Colt Technology com um centro de de- senvolvimento de tecnologias de rede de SDN, a HPE com o Laboratório 5G, a Microsoft com o Language Algorithm Development Centre , a Nokia com um novo Global Business Service Centre e a Siemens ( i-Experience Center 4.0 ). A Área Metropolitana do Porto surge como o segundo maior destino deste tipo de operações, tendo atraído cer- ca de 30 novas empresas estrangeiras tecnológicas nos últimos quatro anos.
Baixar PDF
Arquivo