junho 2021 DESTAQUE 7 >POR ANA COSTA , SENIOR INVESTMENT MANAGER DA AICEP Portugal tem assistido, nos últimos anos, a um crescimento sem prece- dentes de investimento estrangeiro na área tecnológica, com impacto muito relevante nas qualificações, nas formas de organização do trabalho, nas exportações e na sofisticação e complexidade dos serviços presta- dos. Os Centros de Competência que atualmente existem em Portugal têm contribuído significativamente para a consolidação do hub tecnológico, pelo qual o país começa a ser reco- nhecido na esfera internacional. De acordo com a última edição do EY Attractiveness Survey Portugal 2020, no ano de 2019, atingiu-se um nú- mero recorde de projetos de IDE du- plicando o valor relativamente ao ano anterior. Apesar de o crescimento ser generalizado em termos de setores de atividade, verifica-se que a área do Digital triplicou o número de projetos, reforçando a sua posição de liderança. A AICEP tem acompanhado os centros de serviços em Portugal nos últimos anos, com especial enfoque nos que exportam a maioria ou a totalidade da sua atividade. Atualmente, encontram- -se em acompanhamento 170 empre- sas que correspondem a 192 centros que empregam cerca de 64.000 pes- soas. Na distribuição territorial, 57 por cento dos centros localizam-se em Lis- boa e 29 por cento na região do Por- to, tendo as restantes regiões do país assistido a um forte crescimento como alternativa ou expansão às duas maio- res áreas metropolitanas. Grande parte dos Centros de Serviços em acompanhamento especializam-se em atividades de elevado valor acres- centado, nomeadamente na área das Tecnologias de Informação de que o desenvolvimento de software , digitali- zação, data analytics , cloud , inteligên- cia artificial, cibersegurança e block- chain são alguns exemplos. Porquê Portugal? De acordo com os investimentos recen- tes acompanhados pela AICEP, o critério determinante na tomada de decisão de localização dos Centros de Competên- cia tem sido a disponibilidade e qualida- de do talento em Portugal. Muitas em- presas reportam já terem experienciado o talento português no estrangeiro, como uma boa premissa para o poten- cial humano que o país possa oferecer. CENTROS DE SERVIÇOS EM PORTUGAL 14% 35% 85% 45% 8% Taxa de crescimento anual do nº de centros (últimos 5 anos) % de centros que prestam serviços de TIC e Software Colaboradores com formação superior % de centros que operam em mais do que 1 língua % dos colaboradores com nacionalidade estrangeira Fonte: AICEP RANKINGS DE PORTUGAL EM TALENTO LANGUAGE SKILLS MANAMENT EDUCATION UNIVERSITY GRADUATES IN EDUCATION SCIENCE #7 #12 #14 #15 Fonte: IMD World Talent Report, 2020, 63 países SKILLED LABOUR #23 Dos cerca de 80.000 diplomados que saem do ensino superior todos os anos, cerca de 30 por cento tem formação nas áreas de Ciências, Tecnologia, En- genharia e Matemática. A área de en- genharia destaca-se, na medida em que, segundo a OCDE, Portugal tem o 3º maior rácio de diplomados nesta área a nível europeu. Acresce ainda a reconhecida fluência na língua inglesa, uma característica muito apreciada pe- los estrangeiros, que coloca o país em 7º em 2020 no English Proficiency In- dex que compara 100 diferentes geo-
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