junho 2021 ENTREVISTA 25 O investimento que Portugal tem vindo a fazer em educação na área da tecnologia foi um dos fatores que o grupo alemão BMW teve em consideração na sua mais recente aposta no nosso país – a criação, em 2018, da Critical TechWorks, numa parceria com a portuguesa Critical Software. Em entrevista, o COO da Critical TechWorks Jochen Kirschbaum fala-nos da atividade da empresa e do potencial de sucesso que que se vem confirmando nos últimos dois anos, com a criação de novos produtos para o grupo BMW. A empresa pretende contratar mais 400 colaboradores até final de 2021 para o desenvolvimento de novas soluções e tecnologias. Criada em 2018 em parceria com o grupo português Critical Software, qual a prin- cipal atividade da Critical TechWorks em Portugal? A Critical TechWorks é uma joint-venture en- tre o BMW Group e a Critical Software que desenvolve soluções de engenharia de soft- ware , exclusivamente para o BMW Group, em áreas diversas como condução autónoma, mobilidade, software de bordo, tecnologia para carros conectados, análise de dados, eletrificação, produção e logística. A Critical TechWorks tem como base uma visão ousada do futuro da indústria automóvel, já desen- volveu mais de 54 produtos e tem em mãos outros, como condução autónoma, infotain- ment , assistentes inteligentes personalizados, aplicações das diferentes marcas e modelos do grupo, e soluções de apoio à eletrificação dos automóveis. A escolha da localização certa é um fator importante para o desempenho da em- presa no longo prazo. Quais os principais fatores que levaram o BMW Group a esco- lher Portugal para a implementação deste projeto? Portugal foi o país escolhido para acolher os escritórios da Critical TechWorks pelo facto de uma das casas-mãe ser a Critical Software, uma tecnológica portuguesa com um históri- co de mais de 20 anos no desenvolvimento de software . Além disso, é também um país que se destaca pelo investimento na educação tec- nológica, com ótimas escolas de engenharia, e pela aposta estratégica das próprias entida- des governamentais no desenvolvimento do país como um centro de inovação tecnológico a nível europeu. Por estes motivos, vimos um grande potencial de sucesso, que se tem vindo a confirmar nos últimos dois anos e meio. Como qualifica os recursos humanos dispo- níveis em Portugal e quais os desafios que se vos colocam neste domínio dentro da vossa empresa? Portugal tem vindo a investir na formação de profissionais ligados às áreas tecnológicas a que estamos ligados, pelo que podemos afir- mar que existe bastante talento português interessante para agarrar os projetos que es- tamos a desenvolver na Critical TechWorks. Po- rém, este é um mercado altamente competiti- vo, com vários players a recrutar o mesmo per- fil de colaboradores que nós. Isto faz com que tenhamos de nos destacar dos restantes, atra- vés das nossas características internas, como o facto de termos uma estrutura não hierarqui- zada, baseada na responsabilidade, autonomia e evolução de cada colaborador, e daquilo que temos para lhes oferecer, nomeadamente, pro- jetos disruptivos, impacto no futuro da tecno- logia, reconhecimento do trabalho, oportuni- dade de crescimento dentro da empresa, apoio e investimento na sua formação. Contam também com colaboradores estran- geiros na Critical TechWorks? Como avalia a sua integração na empresa e a sua experiên- cia de viver em Portugal? Sim, cerca de 15 por cento dos colaboradores da Critical TechWorks são estrangeiros. Con- tudo, a sua nacionalidade em nada impacta
Baixar PDF
Arquivo