36 TURISMO Portugalglobal nº142 O IMPACTO DO BREXIT NO TURISMO PORTUGUÊS O mercado do Reino Unido tem, ao longo de anos, ocupado sempre posições cimeiras no ranking dos 10 principais mercados emissores de turistas, seja nos indicadores referentes a hóspedes, dormidas ou receitas. A atual conjuntura teve consequências diretas nessa realidade, mas no Turismo de Portugal acreditamos que o nosso país continuará a ser um destino de eleição para os turistas britânicos. >POR CLAÚDIA MIGUEL , DIRETORA DO TURISMO DE PORTUGAL EM LONDRES Em 2019 foi o primeiro mercado em receitas, o primeiro em dormidas e o segundo em hóspedes, logo atrás de Espanha. E, em 2020, apesar de todos os condicionalismos e vicissitudes, o Reino Unido posicionou-se em primei- ro lugar no que se refere a dormidas (16,3 por cento), em terceiro no núme- ro de hóspedes (11,5 por cento) e em segundo quanto a receitas turísticas. Face a 2019, e tendo em conta a con- juntura de confinamento geral, os in- dicadores sofreram, naturalmente, um acentuado decréscimo: nos hóspedes (menos 80,2 por cento), nas dormidas (menos 81,9 por cento) e nas receitas (menos 63,0 por cento). Estes núme- ros são particularmente relevantes se se levar em conta o facto de que, em fevereiro de 2020, o Reino Unido apre- sentava já índices de crescimento de- veras significativos para esse ano: mais 5,5 por cento em hóspedes, mais 3,2 por cento em dormidas e mais 7,7 por cento em receita (YoY fevereiro 2020). Estes resultados indiciam, sem mar- gem para dúvida, a importância que este mercado detém no contexto eco- nómico do turismo nacional. Assim, a expectativa e a importância associada ao Brexit (num processo que teve o seu início em junho de 2016) não pode deixar de ser levada em con- ta. Isto apesar de os maiores receios e incertezas que lhe estão associados, terem sido de algum modo mitigados e/ou adiados por um desafio ainda maior – as restrições a que, por for- ça da pandemia, todos os países es- tiveram sujeitos, tendo sido impostos limites quase totais à circulação de pessoas. Entrados numa nova fase e à luz do que poderá ser a realidade dos próximos meses, com o eventual ate- nuar da conjuntura pandémica, o Bre- xit volta a congregar alguma atenção. Apresentado a 22 de fevereiro último o roadmap do Reino Unido para a saí- da do confinamento, a par do número crescente de vacinados (31.523.010 na 1ª dose e 5.381.745 na 2ª dose à data de 4 abril), continua a ser visível a grande expectativa que a população britânica tem relativamente ao verão e à possibilidade de viajar. Esta expectativa assenta, ainda, na estimativa de que, a 15 de abril, 32 milhões de pessoas estavam vacina- das (com a 1ª dose), significando que, a 15 de julho, estas mesmas pessoas estarão integralmente vacinadas. Espera-se que esta meta possa ser atingida em data anterior à prevista, sendo esta previsão corroborada pelo número de reservas de viagens que o setor regista e as quais apontam
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