abril 2021 EVENTOS 43 Tratando-se de um evento digital é um facto que os clientes não podem degustar os produtos como nas feiras tradicionais, o que implica o envio de amostras a posteriori, após o contacto virtual, mas podem ser apontadas vantagens neste tipo de exposição. Além de uma redução de custos relevante, as empresas podem criar stands virtuais mais apelativos e com infinitas possibilidades, como diz Sílvia Canas da Costa. Outra vantagem apontada por Mabilio de Albuquerque foi a existência de uma base de dados de operadores internacionais interessados em produtos agroalimentares portugueses. “Isto, por si só, indica uma operação dedicada, o que permite equacionar um número de potenciais contactos com maior chance de sucesso do que uma outra operação mais generalizada”, frisa o CEO da BY Foods. Por seu lado, João Paula, diretor da TriPortugal, um ACE composto pelas organizações de produtores O Melro e Frutus, que produz e comercializa pera rocha, maçã de Alcobaça e fruta de caroço, considera que o formato da participação foi muito interessante. “Foi um desafio que resolvemos abraçar como forma de dar continuidade às presenças habituais em feiras internacionais, agora paradas e impedidas de se realizar. Pensámos que seria uma forma inovadora de nos continuar a mostrar aos mercados internacionais numa busca continuada de novas geografias para os nossos produtos”, revela o diretor do ACE que tem sido, nos últimos quatro anos, o maior exportador de pera rocha no seio da ANP (Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha), vendendo para cerca de 15 países em três continentes. O stand virtual com o portefólio dos produtos da TriPortugal permitiu a todos os participantes no evento e potenciais clientes fazerem uma análise prévia da oferta existente e pedirem as suas reuniões aos fornecedores que consideraram ser os mais interessantes e adequados às suas necessidades. “O resultado foi uma série de reuniões com participantes oriundos de diversos países, mas com um denominador comum que era o facto de saberem exatamente o que procuravam”. ViniPortugal, BY Foods, Quinta da Lapa e TriPortugal são unânimes: os resultados do evento foram muito positivos e traduziram-se na realização de importantes contactos com vista a negócios futuros. Através da marca “Wines of Portugal”, a chancela usada na promoção internacional dos vinhos portugueses, a ViniPortugal contou com uma área exclusiva para o setor do vinho, que contou com a presença de 12 produtores nacionais, e que foi visitada por mais de 300 compradores internacionais oriundos de 61 países, com destaque para Espanha, México, Canadá, Alemanha, EUA, Reino Unido, Japão, Índia, Coreia do Sul e Brasil. Já a TriPortugal salienta os contactos “muito interessantes” com potenciais importadores de países como a China, a Coreia do Sul, o México, o Brasil, a Inglaterra, a Espanha, a Alemanha e a India: “Todas estas conversas foram bastante positivas e estamos convencidos que de algumas delas resultarão negócios num futuro próximo que espero se materializem numa relação frutífera e duradoura”. Elogiada foi também a organização do evento, designadamente “o suporte digital bem desenvolvido e eficaz que permitiu uma excelente fluidez de processos e os consequentes bons resultados”, nas palavras de Mabilio de Albuquerque. “Nada disto irá substituir a prova física e a feira tradicional, mas pode bem funcionar como complemento ou via alternativa. Neste âmbito a Agrifood Summit foi muito bem-sucedida, a organização foi excecional, os colaboradores incansáveis e as datas bastante convenientes. Na minha opinião há que repetir, fazer mais e aperfeiçoar, mas é sem dúvida um caminho a seguir”, defende, por seu lado, Sílvia Canas da Costa. As empresas afirmam-se disponíveis para continuar a participar em edições futuras do Digital Agrifood Summit Portugal, que acreditam ter um potencial de negócio interessante.
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