20 ENTREVISTA Portugalglobal nº141 exportados a partir do mesmo porto, os combustíveis e outros produtos refinados seguem essencialmente em pipeline para Aveiras e também por pipeline para a indústria petroquímica na própria ZILS. A indústria petroquímica é por sua vez servida pelo Terminal Petroquímico e a sua produção foi sendo quase toda escoada em exportações pelo porto. O Terminal de Granéis Sólidos, ou Multiusos, esteve quase exclusivamente dedicado à importação de carvão, que era na sua grande maioria consumido localmente, pela Central Termoelétrica de Sines. O gás natural, importado pelo Terminal de Gás Natural, é encaminhado por gasoduto para Setúbal, onde é injetado no MIBGAS. Só com advento do Terminal de Contentores de Sines as ligações rodoferroviárias se tornaram mais relevantes, especialmente agora que está em curso a expansão de capacidade do dito e se perspetiva já um segundo Terminal de Contentores. A par da reorientação do Terminal Multiusos para cargas pós-carvão e do desenvolvimento do complexo petroquímico, que queremos que cada vez mais alimente a indústria nacional e ibérica para ser exportador só depois de integrado com valor acrescentado pela indústria transformadora do plástico, em vez de apenas imediatamente exportado. Assim, a melhoria das ligações rodoferroviárias ao país, a Espanha, e através dela à Europa, tornaram-se prementes. O Ministério das Infraestruturas, a IP - Infraestruturas de Portugal, são sensíveis a esta prioridade com enorme efeito multiplicador na economia nacional e os investimentos necessários na ferrovia estão já em curso no âmbito do “Ferrovia 2020”, com os da rodovia contemplados no “PRR”. As ligações terrestres do Complexo Portuário, Logístico e Industrial de Sines são asseguradas preferencialmente por ferrovia, por razões económicas e ambientais. Quer o Porto de Sines quer a ZILS são ‘nós’ do “Corredor Atlântico” da RTE-T Rede Trans-Europeia de Transportes, garantindo as ligações, desde logo, aos portos secos da Península Ibérica. Em 2023 o tempo de transporte de mercadorias diminuirá em três horas e meia na rota Sines-Badajoz. Na nova rota direta à fronteira poupar-se-ão 137 quiló- metros de distância e lograr-se-á um aumento de 2,5 vezes na capacidade diária à saída de Sines, dos 36 atuais comboios de 400 metros para 51 comboios de 750 metros. Sines reforçará a sua posição de porto preferencial da Extremadura espanhola e da área de Madrid. A plataforma Portugal Site Selection desenvolveu novas funcionalidades recentemente. Qual o objetivo desta plataforma? O Portugal Site Selection é uma plataforma de atração e apoio à instalação de investimento em Portugal que vem dar resposta a objetivos do programa Internacionalizar 2030, aprovado pelo Conselho de Ministros de 23 de julho de 2020. É um instrumento fundamental para a competitividade de Portugal como destino de investimento, que em coordenação com a AICEP continuamos a expandir, tanto nas áreas de atividade económica a que dá resposta, como na cobertura do território nacional. Recentemente alargou o seu âmbito de logística e indústria em parques empresariais ou lotes de terreno greenfield com esses usos do solo, para abranger também edifícios de escritórios para serviços e um cadastro de ativos devolutos que possam proporcionar oportunidades para investimentos brownfield. A sua abrangência foi expandida do território continental para incluir o todo nacional, ou seja, também Madeira e Açores. A aicep Global Parques teve um contributo muito importante na construção do ‘cluster’ aeronáutico português, com a instalação em Setúbal de grandes empresas que, inclusive, vieram a expandir os seus investimentos em Portugal. Como avalia esse desempenho e que projetos considera importante continuar a desenvolver nesse sentido? É inescamoteável que a aviação comercial é provavelmente a atividade económica proporcionalmente mais afetada pela COVID-19. O tráfego aéreo civil e o fabrico de aviões quase pararam. Temos de apoiar a indústria aeronáutica presente em Portugal para que ela não se deslocalize neste momento crítico e para que possamos, pelo contrário, ser um país recetor
Baixar PDF
Arquivo