março 2021 ENTREVISTA 25 na promoção de uma economia sustentável e compatível com os limites do planeta. Em que consiste e quais são os principais objetivos do Pacto Português para os Plásticos, que a ASWP lidera? O Pacto Português para os Plásticos é uma iniciativa que junta atualmente 97 entidades ao longo da cadeia de valor dos plásticos nacional e que tem como objetivo e visão a transição para uma economia circular, no caso concreto, dos plásticos. Através das Metas 2025 desta iniciativa, muito concretas e ambiciosas, esperamos atingir um elevado nível de circularidade no final de 2025. Esse elevado nível de circularidade significa que todas as embalagens em plástico colocadas no mercado serão reutilizáveis ou, quando tal não seja possível, 100 por cento recicláveis; significa a eliminação daqueles produtos de plástico de uso único que não são estritamente necessários ou que são problemáticos (substituindo-os por materiais alternativos mais sustentáveis); significa incrementar, de forma relevante, a taxa de reciclagem das embalagens de plástico em Portugal; significa um crescente incremento de plásticos reciclados em novas embalagens, garantindo a segurança e qualidade; significa uma sociedade civil mais consciente do seu papel determinante nesta transição, adotando práticas de consumo cada vez mais responsáveis, sustentáveis e circulares. A aprovação do Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal, em dezembro de 2017, foi um sinal da prioridade do país e das empresas para esta temática. A implementação de Agendas Regionais de Circularidade nas CCDR - foi igualmente uma iniciativa relevante demonstradora do envolvimento de todos os stakeholders nas diferentes regiões do país. A economia circular começa também a ser prioridade nos financiamentos europeus e nacionais, pelo que é um incentivo ainda maior para empresas e para a academia, que direcionam o seu foco de investigação para estas áreas. A Economia Circular começa a ser considerada como uma resposta à problemática de utilização de um grande número de recursos para lá dos limites do planeta e da geração de resíduos. Também as empresas começam a estar muito mais atentas e abertas a estas questões, uma vez que começam a compreender que a circularidade constitui uma oportunidade para o desenvolvimento de novos negócios, adaptação e resiliência a adversidades e criação de valor acrescentado. Cabe salientar esta última meta, que distingue o Pacto Português para os Plásticos de outras iniciativas similares, e que foi um ponto de honra da Associação Smart Waste Portugal nas negociações com a Fundação Ellen MacArthur: somos o único Pacto da rede global que possui um objetivo relacionado com a sensibilização e educação do consumidor para a utilização responsável dos plásticos. Acreditamos que o consumidor tem um papel central em todo este processo de transição para uma economia circular e, por este motivo, pretendemos integrá-lo na iniciativa desde o primeiro dia. A aposta na Economia Circular é uma prioridade em Portugal, mas também para a União Europeia. Como analisa a evolução desta aposta em Portugal?
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