março 2021 ENTREVISTA 23 Existe, atualmente, uma cada vez maior consciencialização por parte de instituições, empresas e consumidores para a necessidade de maximizar o aproveitamento económico dos resíduos visando reduzir os impactos ambientais negativos, mas também promover a criação de novos negócios baseados na circularidade. Luísa Magalhães, diretora executiva da Associação Smart Waste Portugal, apresenta, nesta entrevista, os principais projetos desenvolvidos por esta Associação para apoiar a transição para uma economia mais circular, valorizando os recursos naturais e humanos no processo de crescimento económico. Criada em 2015, a Associação Smart Waste Portugal (ASWP) centra a sua atuação na promoção de uma política de sustentabilidade na área dos resíduos. Pode fazer-nos uma breve apresentação da Associação e principais desafios? A Associação Smart Waste Portugal (ASWP) tem por missão criar uma plataforma colaborativa para envolver todos os agentes do setor dos resíduos, potenciando e valorizando o resíduo como um recurso económico e social. A Associação pretende, assim, criar condições para apoiar na transição para uma Economia Circular, bem como reforçar a capacidade de reação a fatores nacionais e internacionais de uma forma competitiva, atuando em toda a cadeia de valor, através de uma estratégia colaborativa, focada na inovação, na investigação & desenvolvimento, na implementação de soluções e na geração de novos negócios. A nossa rede conta, atualmente, com 125 Associados, que têm sido um fator determinante nesta estratégia colaborativa para a circularidade. A diversidade de associados é um aspeto diferenciador da Associação, estando representados os setores: da gestão de resíduos (25 por cento), da indústria, da distribuição e comércio de equipamentos (32 por cento), universidades e centros de investigação (16 por cento), consultadoria, serviços e engenharia (11 por cento), associações (10 por cento) e outros (6 por cento). circular, promovendo sinergias e colaboração, promovendo a geração de novos negócios baseados na circularidade, criando escala, apresentando tomadas de posição, sendo um parceiro da tutela, produzindo conhecimento e informação e dinamizando vários grupos de trabalho. Neste âmbito, a Associação tem vindo a atuar em diversas áreas, através da dinamização de Grupos de Trabalho: setor da recolha dos resíduos, combustíveis derivados de resíduos, plásticos, desperdício alimentar, resíduos de construção e demolição, entre outras. Quais são os principais projetos da Associação atualmente em curso? De momento, além do trabalho decorrente dos diversos grupos de trabalho que dinamizamos, encontramo-nos a promover o projeto “Be Smart – Be Circular”, o qual tem como objetivo estratégico sensibilizar, dinamizar e capacitar as Pequenas e Médias Empresas (PME) nacionais com relevância para o setor dos resíduos, dotando-as de conhecimento, informação e ferramentas que contribuam para a transformação empresarial, numa ótica de transição para a Economia Circular. Com base em atividades e sistemas inovadores, que permitam criar um sistema de troca de resíduos e matérias-primas, o projeto tem igualmente como objetivo a maximização do aproveitamento económico dos resíduos, diminuindo a necessidade de extração de recursos e os seus impactes ambientais negativos. A ASWP tem vindo a afirmar-se como uma entidade de referência no contexto nacional, no processo de transição para uma economia Neste sentido, a ASWP propõe-se a criar uma plataforma nacional, que fomente o resíduo como um recurso, agindo em toda a cadeia
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