fevereiro 2021 ENTREVISTA 25 Num ano marcado pela COVID-19 e pela quebra das exportações na maioria dos setores de atividade, o setor das frutas, legumes e plantas conheceu um crescimento em valor de 6 por cento. Um caso de sucesso explicado não só pelas características únicas dos produtos portugueses, mas também pela evolução do setor nos últimos anos, designadamente em termos de inovação, tecnologia e de boas práticas ambientais, que têm contribuido para o reconhecimento internacional da mais-valia da oferta nacional. Em entrevista, Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, fala-nos desta evolução e aponta alguns caminhos a seguir pelos produtores nacionais do setor, como a constituição de parcerias para a abordagem ao mercado internacional, mas também da transição digital sem prejuízo da participação física nos eventos internacionais, que permite maximizar a valorização dos produtos portugueses. Embora se afirme moderadamente otimista em relação ao crescimento do setor, em consequência da crise económica provocada pela pandemia, o grande objetivo é atingir os dois mil milhões de euros de exportações nos próximos anos. A PORTUGAL FRESH – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal, a que preside, foi criada em 2010 para promover conjuntamente este setor. Pode falar-nos um pouco sobre a missão da Associação, as principais ações desenvolvidas e os objetivos para o futuro? A Associação tem como missão promover o setor das frutas, legumes, plantas ornamentais e flores no mercado nacional e internacional, contribuindo para o aumento da notoriedade de Portugal como uma geografia de produção de produtos de qualidade e elevada segurança alimentar. A dinamização da cooperação empresarial é também um dos grandes objetivos. A Portugal Fresh (PF) desenvolveu um arrojado plano de atividades desde a sua fundação, que incluiu a presença conjunta das empresas nas principais feiras internacionais, crescendo sustentadamente a área de exposição ao longo dos anos, ações de prospeção de mercado, missões empresariais diretas e inversas, ações de promoção e ações de divulgação e capacitação das empresas para a exportação e a internacionalização. As empresas do setor abraçaram este projeto com enorme profissionalismo e entusiasmo, o que permitiu um crescimento planeado e es- truturado da promoção dos nossos produtos sempre com o objetivo de maximizarmos o valor à produção. Os objetivos para o futuro passam por reforçar o orçamento de promoção do setor através da criação da interprofissional das frutas, legumes e flores de Portugal. Temos de continuar a consolidar os principais mercados de exportação, principalmente os mercados que melhor remuneram os nossos produtos, seguir uma estratégia assertiva e cirúrgica na abertura de novos mercados e investir na promoção interna. A pandemia que assolou o mundo em 2020 teve, e está a ter, impactos gravíssimos não só a nível de saúde pública, mas também em termos sociais e económicos. As exportações portuguesas seguiam uma rota de crescimento sustentado, sofrendo as consequências da crise económica, mas o setor das frutas, legumes e flores conheceram um aumento relevante das suas vendas ao exterior. Como analisa esta evolução? O contexto complexo e desafiante que atravessamos evidenciou a extrema importância que o setor agroalimentar tem. Há uma crescente procura, por parte dos consumidores, de dietas saudáveis e equilibradas onde os nossos pro-
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