8 DESTAQUE Portugalglobal nº138 “Ultrapassámos, pela primeira vez, os mais de 90 mil milhões de euros de exportação e caminhávamos no sentido de conseguirmos atingir a meta dos 50 por cento do seu peso no PIB”, frisou Santos Silva, acrescentando tratar-se de um “ponto [de partida] muito importante porque nos permite distinguir entre a circunstância, a conjuntura e os motores estruturais do nosso crescimento, e permite perceber qual é a natureza desta crise”. Sobre as perspetivas para o futuro, o ministro recordou as medidas de emergência tomadas no início da pandemia – apoios financeiros às empresas, ao emprego e aos rendimentos das famílias, medidas de natureza fiscal, reforço de linhas de crédito e do seguro de crédito à exportação –, apontando que estas não estão plenamente utilizadas e que empresas e associações a elas podem recorrer. Afirmou também que o Orçamento do Estado para 2021 contém novas medidas “numa lógica de apoio imediato e de apoio conjuntural”, incluindo um benefício fiscal para ações promoção externa dirigido às associações empresariais e que irá beneficiar, sobretudo, as PME. E deixa um conselho às empresas dizendo que estas devem atender às oportunidades ligadas à Agenda Estratégica da UE, que visam tornar “a economia portuguesa menos dependente de cadeias de valor muito distantes e recuperar a autonomia estratégica da Europa sobre bens essenciais e de provisão indispensável”. “O processo de reindustrialização da Europa, um dos objetivos da Agenda Estratégica da UE, e as linhas de orientação do próximo Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 e do Portugal 2030 constituem uma oportunidade de ouro para as empresas portugue- sas”, defendeu o ministro, que recomendou ainda às empresas para estarem atentas não só ao Programa de Recuperação e Resiliência que Portugal apresentou em Bruxelas, mas também aos programas que outros países irão também desenvolver nesse sentido. Também Nelson de Souza, ministro do Planeamento, considerou importante a definição do ponto de partida em que o país se encontrava, em fevereiro, isto é, quando estava em processo de convergência com a União Europeia, destacando a importância do setor Turismo neste domínio, mas também outros setores de atividade que “vieram enriquecer a carteira de produtos transacionáveis da nossa economia graças ao forte fluxo de investimento em I&D e inovação”. O ministro citou alguns valores no âmbito do Portugal 2020 no apoio à Investigação & Desenvolvimento e à internacionalização, uma carteira de projetos que soma perto de 12 mil milhões de euros em investimentos aos quais foram atribuídos perto de 6 mil milhões, sendo que cerca de metade está ainda em execução. Realçou também o papel da AICEP neste domínio, a quem cabe a gestão de 30 por cento dos incentivos atribuídos neste pacote. Augusto Santos Silva, ministro do Estados e dos Negócios Estrangeiros Sobre o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), Nelson de Souza disse tratar-se de um plano que visa a realização de reformas para aumentar a capacidade de crescimento potencial da economia, e que está estruturado em três grandes blocos: Transição Climática e Energética, Transição Digital e Resiliência, num total de 28 reformas e 46 investimentos necessários à sua concretização. Nelson de Souza, ministro do Planeamento Referindo que o PRR constitui uma oportunidade para “renovar o ‘sangue’ do tecido produtivo”, o ministro do Planeamento falou da necessidade de aumentar a produtividade do mesmo através da introdução de novos fatores de competitividade, nomeadamente
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