julho e agosto 2022 DESTAQUE 17 prido. Foi possível apresentar bons produtos, inovadores e tecnológicos portugueses, mas também potenciar boas parcerias entre em- presas portuguesas e empresas alemãs, mos- trando que Portugal, tal como o nosso mote “Portugal Makes Sense” indicava, faz sentido. As empresas portuguesas corresponde- ram ao desafio? Sem dúvida que sim. A HANNOVER MESSE é a Feira da Liga dos Campeões e as empresas portuguesas mostraram que podem competir nesta liga. As empresas portuguesas são com- petitivas, inovadoras e podem ser o parceiro certo para as empresas alemãs. Estamos plenamente conscientes que as nos- sas empresas dos setores que se apresentaram na HANNOVER MESSE — estamos a falar de engenharia de precisão, metalomecânica, ma- quinaria, energia, automação, soluções digitais para a indústria — têm, de facto, ofertas que são surpreendentes. A nossa indústria demonstrou que estava prepa- rada para estar na melhor feira do mundo, que tem soluções competitivas para surpreender e que consegue ter uma abordagem competitiva para lidar com pares e parceiros alemães. Hoje já temos mais de 550 empresas alemãs a operar em Portugal e, se formos a ver, todas as grandes empresas alemãs já operam ou pro- duzem ou têm centros de desenvolvimento de software no país pelo que esta era a feira ideal para mudarmos a perceção do Mittelstand ale- mão, das empresas de média escala alemãs. E acredito que fomos bem-sucedidos. A verdade é que verificámos um grande in- teresse por parte de empresas alemãs, o que prova que a nossa aposta em colocar o foco no mercado da Alemanha estava certa. Acredi- tamos que vamos conseguir capitalizar da me- lhor forma o investimento que foi feito. Qual o impacto direto desta participação no investimento e exportações de Portugal? Ainda é muito cedo para avaliar, em pleno, os efeitos da presença na feira, mas, em traços ge- rais, esta participação vai, sem dúvida, aumen- tar as exportações para a Alemanha e para os compradores de outras geografias ali presentes, fomentar novos investimentos no país e multi- plicar as parcerias no mercado internacional. Das intenções que nos chegaram, a expectati- va é que possa render mais de 100 milhões de euros de investimentos em Portugal no pró- ximo ano e meio. Este investimento pode ter duas componentes: investimento em centros de investigação e desenvolvimento ou centros de produção de qualidade, e assim as empre- sas conseguem ter toda a sua cadeia de valor a partir de Portugal; ou, ainda, investimentos no tecido industrial, com novas fábricas a se- rem construídas. Além disso, esta ação de aumento de notorie- dade pode representar resultados na ordem das centenas de milhões de euros de expor- tações nos próximos cinco anos para a indús- tria portuguesa destas áreas. Seja através de empresas alemãs que prestam serviços a casas- -mãe, mas também de empresas portuguesas que prestam serviços à indústria alemã. São números muito positivos que vamos moni- torizar de forma próxima com as empresas par- ticipantes, bem como com os nossos parceiros nesta Feira, a AIMMAP e a CCILA. A participação de Portugal enquanto País-par- ceiro na HANNOVER MESSE 2022 foi o maior investimento da última década em promoção internacional, por parte da AICEP, e, tratando- -se de uma oportunidade única para as em- presas portuguesas dos três clusters de apos- ta – engenharia, energia e digital – marcarem posição no mercado externo, foi também uma operação que irá potenciar negócios para os próximos dez anos através da nova perceção de competitividade e sofisticação conquistada junto da indústria alemã.
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