8 DESTAQUE Portugalglobal nº95 PORTUGAL E A CHINA IMPORTÂNCIA CRESCENTE DO RELACIONAMENTO BILATERAL O relacionamento económico entre Portugal e a China tem vindo a assumir uma cada vez maior relevância e um crescimento notável em todas as suas facetas (designadamente comércio, investimento e turismo) e é natural que se constate una acrescida atenção ao papel que Macau pode desempenhar nesta dinâmica, em particular enquanto facilitador e potenciador de redes de inter-relacionamento que abarquem a China e os mercados dos países de língua oficial portuguesa. Foi precocemente reconhecida a importância de se dispôr de um quadro específico de cooperação e comércio que envolvesse a China e os países lusófonos, que levou à constituição, em 2003, de um Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Oficial Portuguesa (PLP), com o Secretariado Permanente em Macau (vulgo Fórum de Macau). Identificado o grande potencial, os mecanismos gizados apropriados estão a caminho de estarem verdadeiramente operacionais, em especial com a concretização pioneira das designadas “cooperações trilaterais”, ou seja, pelo desenvolvimento de parcerias envolvendo a China e um parceiro do Fórum em projectos num terceiro mercado, quer num país-membro do Fórum, quer noutros destinos. A importância crescente dada pela República Popular da China ao Fórum de Macau – e por conseguinte ao relacionamento e cooperação com os países lusófonos – ficou evidenciada pela recente participação do Primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na V Conferência Ministerial, que teve lugar de 10 a 12 de Outubro do ano passado, e no decorrer da qual o papel do Fórum no impulso a projectos de investimento conjuntos mereceu especial destaque. O Primeiro- >POR JORGE TORRES PEREIRA, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM PEQUIM* -ministro de Portugal, António Costa, que chefiou a delegação portuguesa à V Conferência sublinhou, nessa ocasião, a importância que a China continua a atribuir a Macau como “ponte para a lusofonia”, bem como a grande oportunidade de desenvolvimento que representam as cooperações trilaterais. Portugal está especialmente bem posicionado neste domínio. Com efeito, a inclusão do nosso país, em especial no decorrer dos últimos seis anos, no “mapa decisório” do investimento no exterior dos grandes grupos chineses, quer estatais quer privados – e o valor estratégico que tal representa no nosso relacionamento com a China – traduz já, em grande medida, a valorização concedida pelos agentes económicos chineses à integração e ao relacionamento do nosso país com mais vastas geografias económicas: a União Europeia seguramente, mas também, e talvez até em primeiro plano, os mercados lusófonos. Com efeito, esta “valência da lusofonia”, se assim a podemos designar, traduz-se já hoje em projectos concretos que os grandes investidores chineses em Portugal (nomeadamente “Esta ‘valência da lusofonia’ traduzse já em projectos concretos que os grandes investidores chineses em Portugal (nomeadamente no sector das energias) estão a desenvolver em conjunto com os seus parceiros portugueses e com os seus parceiros locais naqueles mercados, bem como países próximos, com resultados ao momento muito positivos.”
Baixar PDF
Índice
Arquivo