28 ENTREVISTA Portugalglobal nº86 A nível internacional, quais as principais parcerias existentes com outros centros de investigação e quais os benefícios que daí advêm? Temos parcerias com diversas instituições europeias, brasileiras, norte-americanas, indianas. O conhecimento é universal, não tem pátria, e é da interação permanente entre cientistas de diversas origens, com experiências diferentes, com leituras diferentes e culturas diversas que nascem novas respostas. O nosso Centro é um exemplo dessa diversidade. É permanentemente visitado por cientistas de outras instituições, e os nossos investigadores mantêm intensos contactos com dezenas de outros laboratórios. A nível interno, mantém-se a colaboração com a Fundação Gulbenkian? De que forma é feita essa colaboração? E que outras parcerias destacaria? A nossa relação com a Fundação Gulbenkian tem sido muito importante e intensa desde o início da nossa atividade, e de uma maneira muito especial em relação ao nosso programa de neurociência, que nasceu no Instituto Gulbenkian de Ciência. Temos tido também parcerias, e há trabalhos conjuntos, de cientistas nossos com muitos outros de diversas instituições nacionais. Como avalia a projeção internacional do Centro Champalimaud? Fico sempre muito orgulhosa ao chegar a qualquer instituição fora do país e verificar que sabem do trabalho de qualidade que tem sido produzido e que somos uma referência em muitas áreas. Quais as metas que o Centro Champalimaud se propõe atingir no futuro? Conhecer mais, trabalhar sempre melhor, inovar, ir ao encontro das pessoas no combate ao sofrimento trazido pela doença: não é pouco, são objetivos que nunca perdemos de vista. Quando deu uma entrevista à Portugalglobal em 2008 decorria um projeto da Fundação junto de escolas portuguesas – o Champimóvel – destinado a fomentar o gosto pela ciência. Esse projeto teve continuidade? Qual o balanço que faz dessa iniciativa? O Champimóvel prossegue, imparável, pelo país, levando às crianças uma experiência didática e lúdica inesquecível. O Champimóvel já deu várias voltas ao país e é uma referência incontornável para milhares e milhares de crian- ças que já puderam fazer a viagem interativa pelo corpo humano. Os números são impressionantes: mais de 185 mil crianças de 1.002 escolas já experimentaram o Champi. Sente que, desde essa altura, houve uma evolução na investigação e ciência em Portugal e que a fundação Champalimaud terá contribuído nesse sentido? Sei que já demos contribuições relevantes em relação ao que se sabe sobre como o nosso cérebro funciona, sobretudo sobre como forma decisões, e sei que demos passos se- “O nosso modelo é de intensa interação entre a investigação e a clínica, na convicção de que a colaboração entre cientistas e médicos é essencial ao progresso na prevenção e no tratamento de doenças.” guros na demonstração de que o cancro se pode tratar com menos sofrimento e melhor qualidade, por exemplo, de forma menos invasiva e respeitando o espaço e a serenidade dos doentes.
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