ENTREVISTA ça aqui, junto à barragem e ligada à água. Este ano, vamos fazer uma operação em Toronto, uma instalação que vai ser feita numa feira de arte, em que vamos usar a nossa ligação à água e ao rio Almonda. Vamos partilhar a história e a origem da nossa marca no outro lado do mundo. Gosto muito que os portugueses sintam a marca como sua e que vibrem com a marca. Prefiro isso do que andar, por exemplo em Los Angeles, a dizer que a marca é portuguesa. As marcas têm de ter algo emocional e nós temos um imenso orgulho da nossa história, das pessoas que fundaram a Renova e das pessoas que trabalham aqui todos os dias e que fazem um esforço muito grande diariamente. Esta comunidade de gerações que se junta no dia-a-dia para construir uma marca é muito importante. Pode fazer um pequeno balanço da atividade da Renova nos últimos anos? A nossa estratégia centra-se em estarmos presentes na Europa do Sul e na Europa Central com a nossa marca e este é um projeto em curso, porque nunca nada está definitivamente garantido, é um trabalho constante, pelo que temos de ser permanentemente competitivos e sempre inovadores e com ideias novas para penetrarmos ainda mais nestes mercados. O papel higiénico preto e, mais tarde, as cores trouxeramnos uma notoriedade grande na indústria – no sentido anglo-saxónico da palavra – do negócio no mundo inteiro. Junto dos consumidores há ainda muito trabalho a fazer. Esta é uma mudança nos últimos anos da Renova, que resulta de um trabalho muito longo e que deve continuar pois é essa “O papel higiénico preto e, mais tarde, as cores trouxeram-nos uma notoriedade grande na indústria do negócio no mundo inteiro.” E normalmente vem sempre acompanhada por campanhas? Sim, claro, mas tem que ser muito coerente. Nós neste momento estamos a fazer muita coisa na internet, nos social media, sobretudo a partir da partilha das experiências próprias das pessoas. E temos, todos os dias, imensas ideias muito engraçadas de várias pessoas. E as campanhas institucionais? Vi recentemente um anúncio que me chamou a atenção, uma modelo com um vestido de papel em várias cores. Elas existem, mas são um bocadinho diferente. Esse anúncio está muito engraçado e tem uma história muito interessante, mas não foi uma peça de publicidade, tanto que as fotografias não têm muita qualidade. No ano passado, em parceria com uma escola de design de Toronto, o George Brown College of Applied Arts and Technology, fizemos uma instalação multidisciplinar para a Nuit Blanche de Toronto e os alunos do colégio produziram essa imagem. Nós considerámos a imagem coerente com o posicionamento da marca, o que nos levou a utilizá-la numa das campanhas publicitárias. Esta é uma história muito gira, que surgiu de a legitimidade dentro do negócio. Nós estamos na distribuição alimentar no centro da Europa e começámos a distribuir em quantidades mais reduzidas, com uma distribuição seletiva, em outras partes do mundo, através de lojas de produtos de casa de banho, de shopping centres, entre outros. Estamos com os nossos produtos em mais de 60 países. Muitas vezes, como aconteceu no Canadá e no México, começámos por entrar na distribuição alimentar a partir desses canais de distribuição. Esta tem sido a nossa evolução, ou seja, a marca entrar primeiro e depois alargar o portefólio. Quando me pede que faça um balanço, devo dizer que se calhar deixámos de ser há vinte e tal anos uma fábrica de papel tissue em Portugal e passámos a ser uma marca que faz produtos sexy e diferentes, um bocadinho reconhecidos por todo o lado. Isto pode não parecer nada, mas é uma mudança grande. 8 // maio 15 // Portugalglobal
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