12 FIL - GUADALAJARA Portugalglobal nº115 Mia Couto, escritor O escritor moçambicano congratula-se pela sua presença na FIL Guadalajara: “Esta feira é uma grande oportunidade para os escritores de língua portuguesa que não são de Portugal. Estou aqui por causa dessa generosidade grande que Portugal teve de estender o convite aos escritores de Moçambique, Angola, Cabo Verde, fortalecendo a ideia de uma família linguística que é a nossa própria família”. Maria do Rosário Pedreira, escritora e editora, Grupo LEYA Para Maria do Rosário Pedreira, a participação de Portugal Na FIL foi “excelente” porque não só levou “escritores bastante conhecidos internacionalmente, já com obra traduzida e publicada, como também jovens escritores ainda sem traduções, que vêm mostrar o que valem, resultando num equilíbrio bastante positivo”. Em termos do impacto da presença portuguesa, Maria do Rosário Pedreira considera que, “ao contrário da Europa, que está em declínio há já algum tempo, (soube recentemente que a Alemanha perdeu seis milhões de leitores nos últimos quatro anos), aqui sinto, pela participação do público nas sessões e pelo acolhimento, que este país ainda está muito ligado à literatura e dá muita importância à literatura. Penso que aqui – e talvez no resto da América Latina – possamos ter muitos bons resultados em termos da projeção da literatura portuguesa no mundo”. Além disso, esta participação deverá ter consequências positivas para os editores portugueses. “Normalmente não são imediatas, mas este tipo de participação – com 30 ou 40 autores – chama a atenção para uma literatura que não era conhecida e a partir daí começa a haver um interesse que se traduz em negócio para os editores e os agentes literários”. defende o escritor português, lembrando que se trata da segunda feira mais importante do mundo e a mais importante da língua espanhola, estando, por isso, “no cruzamento e alinhamento de todas as globalizações”. Francisco José Viegas Jornalista, escritor e editor “Partindo do princípio que a cultura de um país é feita pelos seus autores, a participação portuguesa na feira de Guadalajara é mais do que importante: é decisiva!”, Viegas recorda que o México teve sempre “grandes divulgadores da cultura e da literatura portuguesas”, e que há “uma grande recetividade na América Latina a esta vaga de autores portugueses”. “Levar autores a eventos desta natureza é não só levar o país, mas levar o país através daquilo que se vive melhor, que é a sua cultura, a sua língua, o seu modo de olhar. É por isso que nós, os autores, estamos também gratos por esta presença”, conclui.
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