8 DESTAQUE Portugalglobal nº112 braer Defense & Security KC-390”, “NewFace”, “SHEFAE - Surface Heat Exchangers for Aero-Engines” e “LIFE”. No âmbito do Programa Europeu Horizonte 2020, mais de metade do investimento em tecnologias espaciais foi captado diretamente pelo tecido empresarial. Este processo de capacitação e reconhecimento do setor tem sido reforçado pela diplomacia científica e cooperação científica e tecnológica internacional, nomeadamente através da cooperação com o Luxemburgo, Espanha e a Índia, assim como com processos em curso com França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos da América, Brasil, Nigéria e África do Sul. Esta estratégia inclui a necessidade de estimular novos mercados, públicos e privados, em Portugal e no âmbito internacional, desenvolvendo em Portugal projetos-piloto de relevância internacional. No contexto deste crescente prestígio, surge a agenda nacional “Portugal Espaço 2030”, que tem como principais objetivos promover o crescimento económico e a criação de emprego qualificado em Portugal através da promoção de mercados relacionados com o espaço; fomentar a geração de dados de satélite através de novas tecnologias espaciais e infraestruturas relacionadas com o espaço em Portugal, transformando o nosso país num ator mais forte no setor espacial; contribuir para o desenvolvimento do país e para o fortalecimento das relações diplomáticas e de cooperação internacional cien- Análise SWOT PONTOS FORTES • Empresas internacionais já implementadas (Embraer, Lauak, Mecachrome e Altran); força de trabalho altamente qualificada; flexibilidade e motivação das empresas portuguesas; custos controlados; e boas infraestruturas. PONTOS FRACOS • Tamanho reduzido de algumas empresas portuguesas, nomeadamente PME; e fraca aposta na área do marketing. OPORTUNIDADES • Indústria 4.0 e digitalização; empresas interconectadas; Novo Programa Europeu de Defesa; Novo Programa “Portugal Espaço 2030”; empresas de nicho de mercado com abordagem flexível e novas tecnologias; e coordenação com outras indústrias (automóvel e têxtil) para modernizar e melhorar o setor. AMEAÇAS • D ificuldade na retenção de mão-de-obra qualificada; emergências de novos clusters aeronáuticos, como no Norte de África; câmbio monetário; e gap de preços reduzido pela automatização. tífica, atendendo às vantagens da posição geoestratégica de Portugal para o setor do espaço; e também, garantir o desenvolvimento e a evolução dos quadros jurídico, financeiro, institucional, cultural e educacional de internacionalização, capazes de impulsionar o desenvolvimento do setor espacial em Portugal. Para um maior sucesso, esta indústria deverá diversificar a sua cadeia de fornecedores e trabalhar para que as empresas atinjam o nível de qualificação tier 1, uma vez que a maioria são tier 2, e isso só é possível quando crescem em consórcio e cooperam através de redes. Esta cooperação em redes tem permitido que as empresas portuguesas participem em reconhecidos consórcios e projetos europeus, como os já referidos anteriormente. Os desafios futuros a ter em consideração são o aumento do tráfego aéreo, com a duplicação dos passageiros nos próximos 20 anos; a necessidade de existirem mais aeronaves; o excesso de encomendas; a urgência do aumento da cadeia de fornecedores; a falta de pilotos, de controladores de tráfego aéreo, de pessoal de manutenção e de outros técnicos necessários; e a melhoria da performance da cadeia de fornecedores, nomeadamente ao nível dos tempos de entrega e da existência de certificação adequada. Desta forma, é percetível que se deve continuar a apoiar o crescimento do cluster Aeronáutico, do Espaço e da Defesa português, uma vez que Portugal é considerado um caso de sucesso nesta área pela sua rápida adaptação e integração nos programas europeus. A AICEP está motivada na promoção internacional do progresso tecnológico português desenvolvido neste setor, uma vez que, tal como nos outros setores de forte intensidade e complexidade tecnológica, o desenvolvimento da aeronáutica é intrinsecamente dependente da cooperação internacional.
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