18 MERCADOS Portugalglobal nº159 tors, Kia e outras empresas de compo- nentes do grupo); material ferroviário (Hyundai Rotem); construção naval e civil (Hyundai Heavy Industries), distri- buição e hotelaria. - POSCO (Pohang Iron & Steel Corporation): indústria siderúrgica e petroquímica. Além (e apesar) desta concentração da atividade e poder económico na mão de empresas, existe uma forte intervenção do Estado. Desde a déca- da de 1960, cada executivo coreano estabelece um determinado modelo económico em resposta a conjuntu- ras específicas. Por exemplo, a admi- nistração Moon Jae-in (2017-2022) desenhou o Korea New Deal, um novo modelo de crescimento econó- mico para a Coreia com base na sus- tentabilidade (economia verde) e no digital, com forte aposta na exporta- ção e no fomento de medidas para a segurança de matérias-primas e de bens intermédios destinados às suas indústrias exportadoras. Em termos de política externa, o re- forço da rede de acordos de livre co- mércio (ACL) e o fomento das rela- ções regionais foram a base da New Southern (Asia) and Northern (Russia, Ásia Central, Europa de Leste) e New Morning (North Korea) Policies, sem negligenciar parceiros internacionais como a União Europeia ou os Estados Unidos da América. A administração Yoon (2022-2027) já apresentou a sua estratégia, e iniciou o seu mandato com o alívio das me- didas de distanciamento social moti- vadas pela COVID-19, em resposta ao anseio da população, mas também pela necessidade da retoma da ativi- dade comercial e promocional corea- na nos mercados parceiros (parte da sua estrutura produtiva está localiza- da nos mercados da vizinhança) e na recepção de delegações estrangeiras, em particular dos principais países investidores e parceiros comerciais de longa data (Alemanha, Reino Unido, EUA, Austrália, entre outros). Em setembro deste ano divulgou a nova orientação de política industrial, que integra as políticas de inovação e comércio externo. Automóvel (em particular mobilidade elétrica e seg- mentos associados, como as baterias e a condução autónoma) e tecnológi- co continuam a ser setores de aposta. Esta nova estratégia assenta essencial- mente em quatro vetores: • Revitalização/incentivo ao investi- mento privado • Reforço do ecossistema de inovação • Reforço da competitividade da in- dústria coreana • Aceleração da grande transforma- ção industrial O quarto pilar é o mais relevante para o relacionamento económico e co- mercial internacional da Coreia. Den- tro deste pilar, estão previstas iniciati- vas nas seguintes vertentes: • Incentivo a indústrias de tecnologia de ponta (semicondutores, visor/ tela - “display”, baterias e inteli- gência artificial), nas quais os semi-
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