setembro 2023 DESTAQUE 25 “ Mantemos a produção de curtas- -metragens porque faz parte da nossa genética e nos permite experimentar técnicas e, principalmente, lançar no- vos autores ”, adianta Diogo Carvalho. A Sardinha em Lata tem hoje cerca de vinte colaboradores nos diver- sos departamentos, um estúdio de stop motion com equipamentos de topo e um estúdio de animação 2D com equipamento e software que permite colaborar com qualquer estú- dio internacional. O lançamento da primeira curta-me- tragem permitiu aumentar o reco- nhecimento internacional do estúdio e abrir novas perspetivas de mercado. Para este ano a produtora tem como objetivo terminar a série “Diário de Alice”, que se destina a um mercado mais vasto e deverá abrir portas a no- vas fontes de receita. Embora ainda esteja em produção, esta série já tem vendas em três continentes e a expec- tativa da produtora é que estreie em cerca cinquenta países. Uma presença regular em mercados internacionais A internacionalização da empresa co- meçou a ser preparada em 2015. A Sardinha em Lata apostou primeiro em Espanha, pela proximidade, mas também em França, pelo seu peso no mercado europeu, e no Brasil devido à dimensão e à facilidade da língua. Em 2024 a empresa planeia apostar tam- bém nos Estados Unidos e na Ásia. “ A presença regular em mercados internacionais tem sido fundamental para que parceiros e investidores pos- sam acompanhar o nosso trabalho ”, adianta Diogo Carvalho. bilidade e visibilidade à indústria ci- nematográfica nacional, sublinha o produtor da Sardinha em Lata, para quem um dos principais obstáculos ao desenvolvimento do cinema de animação em Portugal é a falta de investimento. “ O fundo gerido pelo Ministério da Economia e do Mar é manifestamente insuficiente para apoiar projetos de propriedade inte- lectual portuguesa com vendas ga- rantidas a nível mundial. E o valor atribuído pela RTP, o único canal que investe na produção de animação a nível nacional, é demasiado baixo para um produto capaz de competir no mercado internacional. ” Para Diogo Carvalho, o cinema de ani- mação português tem ainda um gran- de caminho a percorrer. “ Há mesmo muito a fazer numa indústria que tem um potencial de exportação enorme, que cresce em todo mundo de forma consistente, mas que em Portugal está praticamente estagnada. ” sardinhaemlata.com Os prémios são muito importantes para a promoção e divulgação das obras, mas é a presença regular em eventos internacionais que dá credi-
Baixar PDF