20 DESTAQUE Portugalglobal nº166 INSTITUIÇÕES DE SAÚDE OTIMISTAS QUANTO AO FUTURO DO SETOR O Health Cluster Portugal (HCP) tem promovido iniciativas pioneiras na área da saúde e promovido a inovação neste setor. Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) apostam na transição digital da saúde, apresentando soluções recon- hecidas internacionalmente. Os hospitais privados portugueses têm recebido pré- mios europeus e fortalecido a reputação do país neste setor. Depois de acolher a HIMSS23 European Health Conference, e também os Prémios Europeus de Hospitais Privados, Lisboa prepara-se agora para receber o Congresso Mundial dos Hospitais, em outubro, um evento dedicado à gestão na área da saúde. Através destas iniciativas, Portugal tem reforçado a sua posição no pano- rama internacional da saúde. A internacionalização da (nova) saúde >POR JOAQUIM CUNHA , DIRETOR EXECUTIVO DO HEALTH CLUSTER PORTUGAL A Saúde enfrenta hoje grandes de- safios, em particular em países que, como Portugal, a assumem como um dos pilares da cidadania e da qualida- de de vida dos cidadãos. Com efeito, a manutenção e susten- tabilidade da realidade vigente, que a maioria de nós sente como um direito natural, estruturado num serviço uni- versal, geral e tendencialmente gra- tuito, que há décadas tem oferecido uma melhoria continua do seu desem- penho, pode estar, e julgo que está, em causa. Está, sobretudo, em causa, porque o envelhecimento populacional e a pressão no sentido de cada vez mais, melhores e mais caras respostas tera- pêuticas, estão a provocar uma ne- cessidade de alocação exponencial de recursos que não será possível manter. Neste quadro há pelo menos dois caminhos de solução evidentes: uma aposta séria e coletivamente assumida na promoção da saúde e na preven- ção da doença, que começa finalmen- te a ganhar tração, mas cujos resul- tados vão demorar a aparecer, e uma aposta clara no que se poderá chamar Nova Saúde. Verdadeiramente disruptiva a todos os níveis, esta Nova Saúde, suporta- da na ciência e no conhecimento, na digitalização e no uso inteligente dos dados, está centrada no paciente e no cidadão. Todos, ou quase todos, esta- remos monitorizados remotamente. Trata-se de deitar mão à melhor tec- nologia disponível e de a combinar com as melhores metodologias de gestão, desde logo pela aplicação do conceito de valor em saúde ( value ba- sed healthcare ). Em Portugal temos conseguido posi- cionar-nos neste contexto, sendo cla- ros os sinais de dinamismo do nosso ecossistema enquanto referência, à escala global, neste domínio. O potencial é elevado e, aparentemen- te, estamos no limiar de uma inflexão rumo a uma implementação gene- ralizada e massiva, em que, de uma forma geral, os diversos países com competências, soluções e ambições, partilham a mesma grelha de partida. Para a cadeia de valor nacional da saú- de, e em particular, para os segmentos envolvidos nesta que também pode- mos chamar saúde digital, trata-se de uma tremenda oportunidade. É disto exemplo o trabalho pioneiro que o Health Cluster Portugal (HCP) tem dinamizado, envolvendo um con- junto de hospitais públicos e privados numa iniciativa-piloto no domínio do value based healthcare na oftalmolo- gia, que esteve em evidência no final do passado mês de março nos seus “Encontros com a Inovação em Saú- de”, este ano sob a designação de “ Advancing High-Value Health Outco- mes ". Em Lisboa, numa organização conjunta com a Global Coalition for
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