aicep Portugal Global Grécia – Oportunidades e Dificuldades do Mercado (setembro 2017) De acordo com dados do INE, em 2016 a Grécia foi o 40º cliente de Portugal (representando 0,25% das nossas exportações) e o 40º fornecedor (representando 0,24% das nossas importações). A balança comercial tem sido favorável a Portugal, com exceção em 2016. Nos últimos 5 anos assistimos a um decréscimo médio anual das exportações portuguesas na ordem dos 12%, aparentemente resultado do enfraquecimento do poder de compra do consumidor grego. No período janeiro a maio de 2017, as exportações para a Grécia estão a registar um aumento de 11% em comparação com os meses homólogos do ano passado. Foram registadas 1.519 empresas portuguesas que em 2016 exportaram para a Grécia. No mercado encontram-se representadas, entre outras, as marcas Fly London, Munna (Boca do Lobo), Navigator, Onara, Salsa Jeans, Sotkon Portugal – Sistemas de Resíduos SA, Spal, Vista Alegre/Atlantis e Zippy. Portugal mantém igualmente uma posição superavitária na Balança Comercial de Serviços com a Grécia, embora com valores modestos. 1.1.3. Características do mercado grego e visibilidade de Portugal O mercado grego está totalmente aberto a empresas internacionalizadas. A Grécia depende tradicionalmente das importações, já que, a partir da década de 80, a sua economia entrou numa trajetória de desindustrialização e virou-se para o setor dos serviços. O bom ratio preço/qualidade constitui o fator que mais determina a decisão de compra do consumidor que, regra geral, é seletivo e atraído por marcas internacionalmente reconhecidas, assim como pelo “made in …” (com preferência pelo made in Italy). No entanto, a crise económica com que o país se confrontou nos últimos anos tem vindo a mudar os hábitos de consumo da maioria dos cidadãos que viram o seu poder de compra seriamente afetado. As importações foram influenciadas tanto do ponto de vista quantitativo, como qualitativo. O peso da União Europeia no comércio externo de bens diminuiu, em prol de países de mão-de-obra barata. Porém, ultimamente, constata-se um “cansaço” da parte de alguns agentes económicos locais com a colaboração com fornecedores asiáticos (inclusive chineses), procurando agora estes mesmos “a segurança, qualidade e mentalidade de entendimento” de fabricantes europeus. Esta nova realidade coincide com um momento em que a visibilidade de Portugal como produtor de referência está a melhorar substancialmente neste mercado, repercutindo o progresso do tecido industrial português e refletindo o capital de simpatia de que o nosso país goza na Grécia. Hoje em dia, a imagem de Portugal no mercado é muito positiva: é visto como um país exemplar que conseguiu sair do programa de assistência financeira, como modelo para a administração fiscal grega (coleta de impostos, 4
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