aicep Portugal Global Grécia – Ficha de Mercado (outubro 2016) valor nominal das Obrigações do Tesouro gregas detidas por investidores privados) e dois programas de assistência financeira assinados com a Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), o primeiro em maio de 2010 e o segundo em março de 2012. Os resultados da implementação relutante pelas autoridades helénicas das medidas acordadas no âmbito destes dois programas foram questionados pelos credores, a ponto de terem sido estes suspendendo o pagamento das tranches de empréstimo - a debilitar a anterior coligação governamental, Nova Democracia-PASOK, e a precipitar a crise política que conduziu às eleições de janeiro de 2015. Transpareciam entretanto sinais de retoma da atividade económica. Com efeito, em 2014 registou-se, após seis anos consecutivos de recessão, um aumento débil de 0,7% do PIB que se deveu principalmente ao crescimento das exportações (+8,4%); do consumo privado (+1,5%); e da chegada de turistas estrangeiros (+23%). Este relançamento foi interrompido com a convocação de eleições antecipadas (25.01.15) e a formação de uma coligação governamental, entre o vencedor das legislativas, Syriza (Esquerda) e o partido ANEL (direita conservadora) que decidiram colaborar, tendo como denominador comum a sua retórica antimemorando e anti-austeridade. O arrastar das negociações com a Troika, que num gesto mais simbólico do que substancial passou a ser chamada por “Instituições”, levou ao incumprimento da Grécia perante o FMI e à expiração sem êxito do segundo programa de assistência financeira (30.06.2015), ao mesmo tempo que afetou as contas públicas e intensificou a desconfiança na economia e no sistema bancário. A situação agravou-se com a organização de um referendo (5.07.15) sobre a aprovação ou não da proposta de acordo das Instituições. O Governo, atendendo à vaga de levantamentos de depósitos do sistema bancário grego (de 164,3 mil milhões de EUR em novembro de 2014, passaram para 120 mil milhões de EUR em agosto de 2015), foi obrigado a decretar (28.06.15) o encerramento dos bancos (bank holiday) e a imposição de medidas de controlo de capitais. Perante os riscos acrescidos de bancarrota e de saída da Grécia da zona Euro, não obstante o “não” no referendo, o então Executivo recorreu ao Mecanismo Europeu de Estabilidade e acordou mais um programa de assistência financeira, de aproximadamente 86 mil milhões de EUR, o terceiro desde 2010. Uma vez aprovadas pelo Parlamento Helénico as prior actions exigidas pelas Instituições, conforme definido na Cimeira extraordinária da zona Euro (12.07.2015), foi possível a reabertura (20.07.15) dos bancos, subsistindo porém as medidas de controlo de capitais. Em agosto de 2015, o Governo demitiu-se e foram convocadas novas eleições legislativas (20.09.15). O Syriza foi uma vez mais o partido mais votado, mas sem a adequada maioria absoluta parlamentar. Assim sendo, reestabeleceu uma coligação governamental com o ANEL (23.09.15). Atendendo às reservas que a primeira governação Syriza – Gregos Independentes gerou a nível 6
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